Réveillon. Paris ganha destaque nas preferências nacionais

Réveillon. Paris ganha destaque nas preferências nacionais


Os portugueses vão viajar mais na passagem de ano, mas sobretudo para os destinos de sempre. Nesta altura, em que tanto os hotéis como os pacotes de viagens ficam praticamente esgotados, Porto, Lisboa e Paris são os destinos de eleição dos portugueses.


Em termos gerais, Paris é uma surpresa. A capital francesa, que era no ano passado o 4º destino mais procurado pelos portugueses, depois do Porto, Lisboa e Albufeira, sobe este ano para a terceira cidade na lista de intenções de viagens nacionais.

Para este aumento na procura de viagens para a capital francesa muito contribuiu a descida dos preços causada principalmente pelos atentados em Paris, que vitimaram 130 pessoas, no mês passado. “Acho que este aumento da procura tem a ver com uma grande componente de solidariedade. Mas, claro que, houve uma quebra na procura logo depois do que aconteceu. E, quando há pouca procura, qualquer companhia tem de adaptar os preços e, neste caso, passaram apenas umas semanas”, explica António Monteiro, porta-voz da TAP.

Ainda dentro do top 5 das preferências nacionais estão Londres e Albufeira, numa altura em que os portugueses se mostram dispostos a pagar mais do que em 2014 para conseguirem recarregar baterias fora de Portugal. De acordo com um estudo da Trivago, quem viaja está disposto a pagar uma média de 116 euros por noite.

Um aumento no orçamento para férias que já tinha sido anunciado num estudo Observador Cetelem, que mostrava que os portugueses que pretendem passar férias fora do país pensam gastar mais do que no ano passado. Fazendo uma média, sem contar com as gastos com prendas de Natal, os consumidores portugueses garantiram que estavam a ponderar gastar, nesta altura do ano, mais 214 euros do que no ano passado.

E, claro que há motivos vários para a escolha de determinadas cidades, nomeadamente, de Paris e Londres. Em Paris, para além da descida de preços nas viagens, os Campos Elísios convencem qualquer um, já que são o ponto de encontro da multidão para assistir aos espetáculos pirotécnicos que dão início ao novo ano. Já em Londres,  as míticas doze badaladas do Big Ben, os espetáculos de fogo-de-artifício sobre o rio Tamisa e os vários  concertos de rua são alguns dos momentos que prometem conquistar qualquer um logo nos primeiros minutos de 2016.

Os hábitos nacionais

Mas se grande parte diz que vai viajar para fora de Portugal, também há quem prefira passar alguns dias de férias, sem sair de Portugal. Além do Porto e de Lisboa, existem destinos em Portugal que costumam fazer parte das escolhas dos portugueses nesta altura do ano. É o caso da Serra da Estrela, região do Douro, Madeira e Algarve, que no ano passado registaram uma grande procura. Entre os estrangeiros mais interessados em passar a passagem de ano em Portugal, principalmente em Lisboa e no Porto, estão os italianos, espanhóis, alemães e franceses.

Aliás, no que diz respeito às visitas estrangeiras, perspetiva-se que sejam os italianos a dominar as entradas em Portugal, sendo que a maioria dos estrangeiros opta por passar o Réveillon em Lisboa. Porto surge em segundo lugar, seguido do Funchal e de Albufeira.

Algarve em recuperação

De acordo com o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, o Algarve continua a ser uma das opções na cabeça dos portugueses quando estão em questão os últimos minutos de 2015 e os primeiros de 2016. “Estamos em época baixa, mas mesmo assim em novembro tivemos aumentos na ordem do que tem vindo a acontecer durante todo o ano. Podemos dizer que tivemos um aumento de 5% na procura, face ao ano passado”, explica, sublinhando que, apesar de o Algarve ser mais procurado durante os meses mais quentes, os resultados do final do ano devem ser melhores do que eram em 2014 ou até em anos anteriores.

“Estamos com um crescimento sustentado da procura e acreditamos que os resultados da passagem de ano vão ser ainda melhores porque junta-se o fim de semana e as famílias optam por ficar mais tempo”, explica, frisando que este ano há ainda uma importante novidade a sublinhar: “Há um volume de negócios superior às taxas de ocupação. Há uma recuperação dos preços. Ainda estamos longe dos números do passado, mas este aumento faz prever que, dentro de dois ou três anos, os números sejam o que já foram em tempos”.