O projecto de remodelar a segunda circular, que visa tornar a rodovia – que tem “maior sinistralidade” da capital – numa via urbana foi adiada pela Câmara Municipal de Lisboa e está avaliada em 10 milhões de euros, para uma obra com um prazo de execução de 300 dias. A proposta era para ter sido discutida ontem, mas o projecto acabou por ser adiado para permitir um período de discussão pública. Reduzir a sinistralidade, melhorar o trânsito e diminuir a poluição eram os grandes objetivos do Plano de Requalificação da 2ª Circular.
Só depois deste plano ser discutido e de ser aberto a munícipes e entidades interessadas é que voltará à autarquia para ser votado, com eventuais alterações que resultem desse debate. “Espero que os resultados não sejam conhecidos antes do final de janeiro. Não é na altura de Natal e da passagem de ano que vão ser ouvidos os interessados em relação a estas alterações na circulação nesta via”, garante ao i, o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier.
No entender do mesmo, avançar agora com estas alterações “seria apenas um experimentalismo puro”.
Proposta em cima da mesa O modelo de alteração é da responsabilidade do vereador Manuel Salgado e divide-se em dois pontos: infra-estrutura rodoviária e, por outro lado, soluções de traçado e perfil.
A autarquia tem ainda como objetivo repavimentar toda a extensão desta via rápida, que tem o maior nível de sinistralidade, substituir todo o sistema de iluminação, de forma a permitir reduzir os custos, renovar toda a sinalização vertical e horizontal, tornando-a mais visível e compreensível e impor um limite máximo de velocidade de 60 quilómetros por hora, quando hoje em dia está fixado nos 80 quilómetros por hora.
Mauro Xavier não concorda com esta alteração aos limites de velocidade e vê esta medida como “uma caça à multa”. O presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier garante que esta via que atravessa a cidade permite circular a 80 quilómetros por hora e lembra que “muitas vezes esta velocidade nem sequer é possível de alcançar devido aos constrangimentos provocados pelo trânsito”, diz ao i.
Outra das acções previstas é a instalação de um sistema de controlo de velocidade média nos troços mais críticos em termos de segurança. Nesta via foi instalado há quase uma década, um sistema de radares de controlo de velocidade, mas a solução nunca obteve os resultados previstos.
Ambição antiga O presidente da autarquia, Fernando Medina, já tinha afirmado há cerca de uma semana, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa que aquela estrada “necessita de uma intervenção profunda” e que “enfrenta vários problemas severos”.
Nessa altura, o autarca dizia querer alterar esta situação, propondo “acentuar o caráter urbano” da estrada e negociando com o Governo formas para “que a CRIL [Circular Regional Interna de Lisboa, de Algés a Sacavém] assuma muito mais o seu papel”. Fernando Medina sugeriu ainda a criação de acessos diretos ao aeroporto a partir da CRIL, o que, acredita, ajudaria a reduzir o tráfego da Segunda Circular.
Mas não é o único a defender essas alterações. O antigo vereador da Mobilidade de Costa, Nunes da Silva, já tinha chamado a atenção para o facto de a limitação da velocidade máxima a 70 quilómetros por hora na CRIL ser pouco atrativa para os condutores, que podem andar a 80 quilómetros por hora na Segunda Circular. Fernando Medina sugere ainda a criação de acessos diretos ao aeroporto a partir da CRIL, o que, no entender do mesmo, ajudaria a reduzir o tráfego da Segunda Circular.