É o assunto do momento. Mariano Rajoy, candidato do Partido Popular (PP) ao Palácio de Moncloa, foi agredido por um jovem de 17 anos, Andrés de V.F., durante uma acção de campanha eleitoral em Pontevedra, Galiza. O jovem pediu ao primeiro-ministro espanhol para tirar uma foto com ele e, inesperadamente, deu um murro no rosto de Rajoy, partindo os óculos do primeiro-ministro.
O jovem foi imediatamente detido mas não se mostrou arrependido, dizendo até estar “muito feliz”.
Depois de ter recebido várias mensagens de solidariedade, Rajoy afirmou ao jornal “Vanguardia” estar bem. “Foi tudo muito rápido, mas isto já passou. Não podemos dar-lhe mais importância do que a que tem. Somos um povo civilizado, tranquilo e moderado e de vez em quando há uma excepção que confirma a regra. Não há consequências”, sublinhou Rajoy dizendo que não vai mudar a forma como tem feito a sua campanha eleitoral. Numa entrevista televisiva na manhã de ontem, Rajoy pediu que ninguém tire conclusões políticas do que aconteceu. “Estamos num país civilizado e não andamos à bofetada. Foi uma excepção” que o primeiro-ministro não quer relacionar com a campanha eleitoral e com os seus adversários.
Apesar do pedido de Rajoy, a imprensa mais afecta ao PP, os jornais “ABC” e “El Mundo” identificaram o agressor, como sendo de extrema-esquerda; e os sites de esquerda, “Público” e “El Diario”, como sendo um primo da mulher de Rajoy.
Rajoy já garantiu não querer apresentar queixa contra o jovem, que incorre numa pena até seis anos de cadeia.
Toda a classe política se apressou a condenar o incidente. O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, considerou o acto “absolutamente injustificável, pontual e isolado, dentro de uma campanha eleitoral que tem decorrido com toda a normalidade democrática”. O Podemos e Ciudadanos também condenaram o acto.
Agressor O ataque a Rajoy não foi acidental. Dados revelados a partir das redes sociais do jovem, – Twitter e WhatsApp – comprovaram que há já pelo menos um ano Andrés preparava algo contra o partido do governo. “Vou fazer um atentado contra a sede do PP”, escreveu o agressor no passado dia 13 nas redes sociais, acrescentado que Rajoy era “a vergonha de Pontevedra”, terra natal do primeiro-ministro.
Pouco antes de sair de casa pra cometer a agressão planeada, o jovem avisou os amigos através do WhatsApp, que o incentivaram. “Capi[alcunha do agressor] mata-o”, “cospe-lhe na cara”, pode ler-se no jornal espanhol “El Mundo”, que descreve o agressor como “um rapaz problemático que tem dado imensas dores de cabeça à família”.
Segundo o jornal “La Voz de Galicia”, Andrés é primo da mulher do candidato pelo PP, Elvira Fernández – a mãe do jovem é prima de Elvira. O jornal avança ainda, que não terá havido motivação política na agressão, uma vez que a família, bastante conhecida em Pontevedra, é simpatizante do Partido Popular.
Durante a tarde de ontem, o agressor foi ouvido pela procuradoria de menores de Pontevedra e será submetido hoje a um exame psiquiátrico no Instituto de Medicina Legal (Imelga).
As autoridades consideram que Andrés cometeu “um atentado contra a autoridade”. Por ser menor de idade, o rapaz poderá estar sujeito a um regime de internamento.
Sondagens Segundo sondagens divulgadas diariamente pelo jornal “Periòdica de Andorra” até ao dia 20 (Domingo, dia das eleições espanholas), as intenções de voto para o PP, de ontem para hoje aumentaram de 25,4% para 26,2%. O facto de as intenções para o PP terem estado a subir desde o início das sondagens, no entanto o trabalho de campo foi feito antes de ser conhecida a agressão. Nesse estudo , todos os partidos subiram, à excepção do partido Ciudadanos que desceu de 16,3% para 15,9%.
Uma vez que a lei espanhola proíbe as sondagens na semana que antecede as eleições, os candidatos são tratados na internet como frutas, pelos internautas que se referem às sondagens de Andorra: Mariano Rajoy, do PP, é representado por uma gota de água, Pedro Sánchez, do PSOE viu a sua cara transformada num morango. A laranja é o fruto que representa Albert Rivera, do Ciudadanos e Pablo Iglesas, do Podemos, foi substituido por uma beringela. Já Alberto Garzón, da Esquerda Unida, é representado por um tomate. Os resultados são então apresentados em euros, em vez de percentagens.