Quinze dias de muitas encenações. Uma greve do metro, que acabou por não ser, cujo único propósito foi causar o pânico e mostrar o lado conciliador do governo ainda que não houvesse nada para conciliar, uma súbita “falta de condições” para o alivio prometido da sobretaxa reduzindo-se esta ao equivalente a um café, um conselho de ministros que viu necessidade de uma austeridade em tempo relâmpago para cumprir as metas do défice que, segundo eles representa um falhanço do governo anterior, mas que afinal é uma austeridade que representa 0,027% do PIB mostrando que aquilo que nos separa do cumprimento do défice excessivo são 46 milhões de euros. A encenação já chegou ao ponto de termos até um ministro da saúde em périplo mediático a anunciar isenções nas taxas moderadoras que afinal já estavam previstas na lei há quatro anos.
Tudo servirá para mascarar o acorrentamento a que António Costa e o seu governo está sujeito. Muito pouco dali virá. E o que vier ou é ditado pelos comunistas ou o governo arrisca-se a ver os seus parceiros a ameaça-lo com mais uma qualquer manifestação. O governo é um embuste e já deu para perceber onde este embuste nos vai levar.