As propostas de alteração à directiva (lei comunitária) em vigor – que terão que ser aprovadas pelo Conselho (Estados-membros) e Parlamento Europeu – visam tornar mais difícil a aquisição de armas de fogo na União Europeia, melhorar o registo de armas legalmente vendidas e reforçar a troca de informações entre os Estados-membros.
“Os recentes ataques terroristas à população e valores europeus foram coordenados além-fronteiras, o que mostra que devemos trabalhar em conjunto para resistir a estas ameaças. As propostas de hoje ajudar-nos-ão a enfrentar o perigo de as armas caírem nas mãos de terroristas”, comentou o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.
Entre as propostas hoje adoptadas pelo executivo comunitário, incluem-se uma proibição de compra de certas armas semiautomáticas por particulares, regras mais estritas para as compras “online” para evitar a aquisição de armas de fogo ou munições na Internet, regras comuns ao nível da UE no registo de armas para facilitar a sua rastreabilidade, e uma maior e melhor troca de informações entre os Estados-membros, sobre por exemplo qualquer recusa de autorização de propriedade de uma arma de fogo decidida uma autoridade nacional.
Os atentados de sexta-feira em Paris, reivindicados pelo grupo extremista auto-proclamado Estado Islâmico, causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses.
Os ataques, perpetrados por pelo menos oito terroristas – sete morreram e um encontra-se em fuga -, com recurso a armas semi-automáticas e explosivos, ocorreram em vários locais da capital francesa, entre os quais uma sala de espectáculos e o Estádio de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o presidente François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".
Lusa