Os ataques de ontem de Paris são mais uma expressão horrenda e assustadora de uma cada vez mais permanente “guerra” entre a liberdade e a democracia e um fanatismo que nada tem de ideológico, humano ou religioso como, e bem, os classificou o Papa Francisco.
O nosso sentido de solidariedade e fraternidade deve hoje voltar-se para Paris mas deve, sobretudo, constituir-se definitivamente e em permanência contra ameaça global que põe em causa diariamente a liberdade e sã vivência dos povos.
A Cimeira de hoje do G20, dedicada à crise das dívidas soberanas da União Europeia, é uma boa oportunidade para que as nações mais poderosas reflictam também numa política de segurança e defesa comum contra esta infiltrada e quase invisível força do mal. Uma política que não dê tréguas àqueles que nos querem dominar pelo medo e pela sensação de insegurança. Uma política real.
Mas também é chegado o momento – tarde é certo – para que a Europa procure reagir conjuntamente, verdadeiramente unida e de forma eficaz contra esta permanente ameaça. Não há maior pretexto do que estes terríveis eventos, para que os encontros interparlamentares de política de segurança e defesa comum passem definitivamente a assumir uma estratégia e a discutir, sem dogmas e sem medos, uma solução de protecção comum dos seus cidadãos e deixem de ser um pequeno fórum vazio de estratégia e de conteúdo que são.
É tempo de agir. E se depois desta grave crise económica, em que papel da União deixou a desejar, tivermos uma crise de segurança e de liberdade serão os próprios cidadãos europeus a deixar de acreditar no projecto europeu como pilar da estabilidade entre povos e defensor dessa mesma liberdade.
A Europa tem de unir esforços e responder sem tréguas contra este terror. É uma exigência e um dever perante todos os cidadãos. Os alarmes voltaram a soar no espaço europeu. Ontem foi Paris, amanhã podemos ser nós.
Uma nota final para aqueles que criticam o êxodo de refugiados com que a Europa se tem confrontado nos últimos tempos. É precisamente disto que essas pessoas fogem. Dos grupos radicais que controlam as suas cidades, a sua liberdade o seu modo de vida. Que ameaçam e matam as suas famílias e que os obrigam largar tudo. São estes os novos refugiados.