Senhor Presidente, não dê posse a esta gente!


As esquerdas assinaram um acordo de pé e ao balcão. É um acordo tímido, envergonhado, feito às escondidas do povo, na pressa da hora do almoço. A fome era muita, mas nunca podiam almoçar todos à mesma mesa


Cavaco Silva tem em mãos uma decisão que ditará em definitivo o futuro deste país.

Esta decisão não implica apenas e só a opção sobre que caminho seguirá o país (do ponto de vista económico), mas sobretudo do ponto de vista da relação de Portugal com o euro, com a União Europeia e com a NATO. Será ainda uma decisão sobre a manutenção de uma normalidade democrática (com mais de 40 anos) de quem perde reconhecer a derrota e ajudar quem ganha a formar um governo sólido e duradouro a bem do país. 
Sempre foi assim, e, se Cavaco abrir este precedente ao empossar Costa, o significado de uma vitória através do voto do povo, ou a hipótese de se governar numa maioria relativa, deixará de existir.
A dúvida assolará qualquer português em qualquer eleição, seja ela para a presidência da sua autarquia seja para a sua junta de freguesia.

Seria obrigatório a partir de então que qualquer força política obtivesse maioria absoluta para poder governar. Quem quer que obtenha apenas e só uma maioria relativa pode apenas e só ser oposição. 
Este regime ditatorial eleitoral, da obrigação das maiorias absolutas, seria um regime verdadeiramente assustador. Seria um construtor de muros entre duas partes, tal como hoje acontece após o golpe de Costa.
Um governo de maioria relativa tem a legitimidade democrática de governar, a obrigação de dialogar e a ambição de durar.

Foi isto que Costa não quis. Um diálogo e a construção de um programa sólido e duradouro. Diálogo sim, mas só e quando Costa for primeiro e nunca segundo.
Mas Cavaco tem seguramente um problema de consciência bem maior. Como professor de Economia que foi, como economista que é, não pode em momento algum confiar num programa de governo que aumenta a despesa do Estado mil e quinhentos milhões de euros em dois anos, sem qualquer garantia explicitamente compensatória. Num país que tem de continuar a correcção de défice crónicos, num país que ainda não saiu do regime de internato e que ainda não tem forças suficientes para andar pelo próprio pé, pede a Cavaco uma análise também de programa, que garante um país estável numa Europa comum.

O programa do professor Centeno é agora um programa sem tino. Centeno acredita que este aumento vertiginoso da despesa vai trazer uma receita que a compensa. E prova tudo isto como? Tendo fé, e muita, provavelmente prometendo ir de joelhos a Fátima, baseando-se nos tão conhecidos multiplicadores de que João Galamba e o PS tanto desconfiavam na altura de Vítor Gaspar.

Multiplicadores para mim sempre foram os governos PS, que aumentavam despesa, aumentavam dívida, aumentavam salários e pensões sem ter moedas para o fazer, aumentavam quilómetros nas estradas sem ter cheques para assinar.
As diferenças entre esquerda e direita são simples. À direita acredita-se que o aumento do consumo não deve ser o início da equação mas sim o seu fim. Entendemos ainda que a dívida pública não pode continuar como a que nos deixaram. A solução é simples, acabar com os défices e apostar no crescimento económico. 
As esquerdas assinaram um acordo de pé e ao balcão. É um acordo tímido e envergonhado, feito às escondidas do povo, na pressa da hora do almoço. A fome era muita, mas nunca podiam almoçar todos à mesma mesa. É um acordo cheio de desacordos, um acordo de coisa nenhuma.

Cavaco tem assim nas suas mãos o futuro do país, o corte com o passado democrático (que espero não aconteça) e impedir a construção de um muro do centro político que Costa resolveu construir.
Costa até poderia ser primeiro-ministro, até poderia ter no seu governo comunistas ou homens do PAN, mas para isso primeiro teria de ganhar as eleições!

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira

Senhor Presidente, não dê posse a esta gente!


As esquerdas assinaram um acordo de pé e ao balcão. É um acordo tímido, envergonhado, feito às escondidas do povo, na pressa da hora do almoço. A fome era muita, mas nunca podiam almoçar todos à mesma mesa


Cavaco Silva tem em mãos uma decisão que ditará em definitivo o futuro deste país.

Esta decisão não implica apenas e só a opção sobre que caminho seguirá o país (do ponto de vista económico), mas sobretudo do ponto de vista da relação de Portugal com o euro, com a União Europeia e com a NATO. Será ainda uma decisão sobre a manutenção de uma normalidade democrática (com mais de 40 anos) de quem perde reconhecer a derrota e ajudar quem ganha a formar um governo sólido e duradouro a bem do país. 
Sempre foi assim, e, se Cavaco abrir este precedente ao empossar Costa, o significado de uma vitória através do voto do povo, ou a hipótese de se governar numa maioria relativa, deixará de existir.
A dúvida assolará qualquer português em qualquer eleição, seja ela para a presidência da sua autarquia seja para a sua junta de freguesia.

Seria obrigatório a partir de então que qualquer força política obtivesse maioria absoluta para poder governar. Quem quer que obtenha apenas e só uma maioria relativa pode apenas e só ser oposição. 
Este regime ditatorial eleitoral, da obrigação das maiorias absolutas, seria um regime verdadeiramente assustador. Seria um construtor de muros entre duas partes, tal como hoje acontece após o golpe de Costa.
Um governo de maioria relativa tem a legitimidade democrática de governar, a obrigação de dialogar e a ambição de durar.

Foi isto que Costa não quis. Um diálogo e a construção de um programa sólido e duradouro. Diálogo sim, mas só e quando Costa for primeiro e nunca segundo.
Mas Cavaco tem seguramente um problema de consciência bem maior. Como professor de Economia que foi, como economista que é, não pode em momento algum confiar num programa de governo que aumenta a despesa do Estado mil e quinhentos milhões de euros em dois anos, sem qualquer garantia explicitamente compensatória. Num país que tem de continuar a correcção de défice crónicos, num país que ainda não saiu do regime de internato e que ainda não tem forças suficientes para andar pelo próprio pé, pede a Cavaco uma análise também de programa, que garante um país estável numa Europa comum.

O programa do professor Centeno é agora um programa sem tino. Centeno acredita que este aumento vertiginoso da despesa vai trazer uma receita que a compensa. E prova tudo isto como? Tendo fé, e muita, provavelmente prometendo ir de joelhos a Fátima, baseando-se nos tão conhecidos multiplicadores de que João Galamba e o PS tanto desconfiavam na altura de Vítor Gaspar.

Multiplicadores para mim sempre foram os governos PS, que aumentavam despesa, aumentavam dívida, aumentavam salários e pensões sem ter moedas para o fazer, aumentavam quilómetros nas estradas sem ter cheques para assinar.
As diferenças entre esquerda e direita são simples. À direita acredita-se que o aumento do consumo não deve ser o início da equação mas sim o seu fim. Entendemos ainda que a dívida pública não pode continuar como a que nos deixaram. A solução é simples, acabar com os défices e apostar no crescimento económico. 
As esquerdas assinaram um acordo de pé e ao balcão. É um acordo tímido e envergonhado, feito às escondidas do povo, na pressa da hora do almoço. A fome era muita, mas nunca podiam almoçar todos à mesma mesa. É um acordo cheio de desacordos, um acordo de coisa nenhuma.

Cavaco tem assim nas suas mãos o futuro do país, o corte com o passado democrático (que espero não aconteça) e impedir a construção de um muro do centro político que Costa resolveu construir.
Costa até poderia ser primeiro-ministro, até poderia ter no seu governo comunistas ou homens do PAN, mas para isso primeiro teria de ganhar as eleições!

Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira