Não lhes dês, Cavaco Christopher!


Cavaco Christopher percebia bem a angústia de Pedro e Piglet e não deixavade concordar com as suas razões. Mas que fazer? 


Nascera mais um dia de sol no Bosque dos Sem Euros. Apesar da brisa outonal que cobria com um tapete de folhas a generalidade dos caminhos, os habitantes do bosque viviam com uma alegria redobrada os últimos dias de calor de um novo Verão de S. Martinho.

As últimas semanas haviam sido marcadas por uma grande animação. Como sempre acontecia a cada quatro anos, decorrera a votação para a escolha do Guardião dos Potes de Mel e Pedro the Pooh vira o seu mandato renovado. 
Os últimos quatro anos tinham sido particularmente difíceis e obrigaram o Guardião em funções a uma política rigorosa de distribuição do néctar sublime, o que, não colhendo a simpatia de muitos dos habitantes do bosque, evitou pelo menos que fosse necessário voltar a pedir mel emprestado aos bosques vizinhos, como antes acontecera.

Naquele momento, Pedro the Pooh contemplava mais uma vez o seu armazém repleto de potes cheios de mel quando alguém bateu à porta da sua árvore.

“Acorda, Pedro! Vamos embora! Temos de ir falar com o Cavaco Christopher! Rápido! Nem sabes o que eles estão a preparar!…”, despejou numa enxurrada Piglet Portas enquanto corria sem parar à volta da mesa da sala do seu amigo.
“Com o Cavaco Christopher…? Mas porquê? E quem são eles? E o que estão a preparar?”, retorquiu Pedro the Pooh, ainda meio atordoado pelo frenesim do parceiro de aventuras.

“Eu explico-te pelo caminho! Vamos!”, voltou a atalhar o pequeno Piglet enquanto empurrava o seu amigo para fora de casa.

Já a caminho de casa de Cavaco Christopher, Piglet Portas relatou a Pedro the Pooh o que ouvira de um grupo de esquilos junto ao velho carvalho. Aparentemente cansado de passar o tempo a olhar para o rio e a enxotar as abelhas com a cauda, Igor Costa decidira vingar a derrota na eleição do Guardião, procurando apoios para destituir Pedro na Assembleia do Bosque.

A Catarina Kanga exigira 20 potes de mel em troca do seu apoio a tal iniciativa. O PAN Ru não pediu nada, mas achou por bem continuar a desfrutar da marsupial boleia e expressou a sua concordância. Já o Coelho Jerónimo fora mais exigente e fez questão de dizer a Igor Costa que o apoiaria, mas sob a condição de ser ele a decidir a forma como seriam geridos os potes de mel no futuro.

Pedro the Pooh nem queria acreditar tal era a sua estranheza perante o que o seu amigo lhe transmitia. “Mas isso nunca aconteceu no bosque! E já lá vão muitos anos desde que se faz a escolha do Guardião dos Potes de Mel…”, atirava, enquanto acelerava o passo em direcção à casa de Cavaco Christopher.

Lá chegados, os dois amigos quase se atropelavam para fazer valer os seus argumentos: 
“Eles vão fazer uma ponte entre as árvores!”, dizia um. “E uma pista para as abelhas aterrarem!”, acrescentava outro.

“E vão asfaltar os caminhos do bosque…”, repetiam em coro.
“Não lhes dês a chave do armazém dos potes de mel, Cavaco Christopher! Lembra-te do que eles fizeram da última vez…”, remataram, num último apelo.

Cavaco Christopher percebia bem a angústia de Pedro e Piglet e não deixava de concordar com as suas razões. Mas que fazer? Sentado numa pedra, segurava a cabeça entre as mãos enquanto procurava encontrar uma solução. Até que, num repente, deu um salto e exclamou:

“Já sei! Em Janeiro volta ao Bosque o Professor Coruja. Melhor que ninguém, ele saberá quem nomear Guardião dos Potes de Mel! Por agora, ninguém toca nos potes. Ou eu não me chame Cavaco Christopher!” 

E assim aconteceu. Pelo menos, neste bosque. 

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira

Não lhes dês, Cavaco Christopher!


Cavaco Christopher percebia bem a angústia de Pedro e Piglet e não deixavade concordar com as suas razões. Mas que fazer? 


Nascera mais um dia de sol no Bosque dos Sem Euros. Apesar da brisa outonal que cobria com um tapete de folhas a generalidade dos caminhos, os habitantes do bosque viviam com uma alegria redobrada os últimos dias de calor de um novo Verão de S. Martinho.

As últimas semanas haviam sido marcadas por uma grande animação. Como sempre acontecia a cada quatro anos, decorrera a votação para a escolha do Guardião dos Potes de Mel e Pedro the Pooh vira o seu mandato renovado. 
Os últimos quatro anos tinham sido particularmente difíceis e obrigaram o Guardião em funções a uma política rigorosa de distribuição do néctar sublime, o que, não colhendo a simpatia de muitos dos habitantes do bosque, evitou pelo menos que fosse necessário voltar a pedir mel emprestado aos bosques vizinhos, como antes acontecera.

Naquele momento, Pedro the Pooh contemplava mais uma vez o seu armazém repleto de potes cheios de mel quando alguém bateu à porta da sua árvore.

“Acorda, Pedro! Vamos embora! Temos de ir falar com o Cavaco Christopher! Rápido! Nem sabes o que eles estão a preparar!…”, despejou numa enxurrada Piglet Portas enquanto corria sem parar à volta da mesa da sala do seu amigo.
“Com o Cavaco Christopher…? Mas porquê? E quem são eles? E o que estão a preparar?”, retorquiu Pedro the Pooh, ainda meio atordoado pelo frenesim do parceiro de aventuras.

“Eu explico-te pelo caminho! Vamos!”, voltou a atalhar o pequeno Piglet enquanto empurrava o seu amigo para fora de casa.

Já a caminho de casa de Cavaco Christopher, Piglet Portas relatou a Pedro the Pooh o que ouvira de um grupo de esquilos junto ao velho carvalho. Aparentemente cansado de passar o tempo a olhar para o rio e a enxotar as abelhas com a cauda, Igor Costa decidira vingar a derrota na eleição do Guardião, procurando apoios para destituir Pedro na Assembleia do Bosque.

A Catarina Kanga exigira 20 potes de mel em troca do seu apoio a tal iniciativa. O PAN Ru não pediu nada, mas achou por bem continuar a desfrutar da marsupial boleia e expressou a sua concordância. Já o Coelho Jerónimo fora mais exigente e fez questão de dizer a Igor Costa que o apoiaria, mas sob a condição de ser ele a decidir a forma como seriam geridos os potes de mel no futuro.

Pedro the Pooh nem queria acreditar tal era a sua estranheza perante o que o seu amigo lhe transmitia. “Mas isso nunca aconteceu no bosque! E já lá vão muitos anos desde que se faz a escolha do Guardião dos Potes de Mel…”, atirava, enquanto acelerava o passo em direcção à casa de Cavaco Christopher.

Lá chegados, os dois amigos quase se atropelavam para fazer valer os seus argumentos: 
“Eles vão fazer uma ponte entre as árvores!”, dizia um. “E uma pista para as abelhas aterrarem!”, acrescentava outro.

“E vão asfaltar os caminhos do bosque…”, repetiam em coro.
“Não lhes dês a chave do armazém dos potes de mel, Cavaco Christopher! Lembra-te do que eles fizeram da última vez…”, remataram, num último apelo.

Cavaco Christopher percebia bem a angústia de Pedro e Piglet e não deixava de concordar com as suas razões. Mas que fazer? Sentado numa pedra, segurava a cabeça entre as mãos enquanto procurava encontrar uma solução. Até que, num repente, deu um salto e exclamou:

“Já sei! Em Janeiro volta ao Bosque o Professor Coruja. Melhor que ninguém, ele saberá quem nomear Guardião dos Potes de Mel! Por agora, ninguém toca nos potes. Ou eu não me chame Cavaco Christopher!” 

E assim aconteceu. Pelo menos, neste bosque. 

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira