PCP diz que ninguém “quebrou a espinha” no acordo com PS

PCP diz que ninguém “quebrou a espinha” no acordo com PS


O líder parlamentar comunista considerou que com o derrube do governo PSD/CDS-PP se irá criar uma outra perspectiva sobre o que são soluções governativas.


O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, afirmou esta terça-feira que no processos negocial com o PS "ninguém tentou quebrar a espinha a ninguém" e que se procuraram convergências de forma "séria e empenhada".

"Aquilo que foi feito foi um processo sério e empenhado de discussão de respostas políticas para os problemas do país, dos portugueses e para os problemas imediatos que se colocam aos trabalhadores e ao povo, assumindo a convergência quando se registava convergência, e naquilo em que ela não existia obviamente não se registava e ninguém tentava quebrar a espinha ao outro por causa disso", declarou.

João Oliveira respondia a um pedido de esclarecimento do deputado do PSD Miguel Santos, que considerou existir uma "nebulosa" relativamente às pretensões do PCP que "mantém um discurso ortodoxo dogmático e inamovível" sobre o euro e o tratado orçamental ou se fez "um jeitinho" ao PS.

João Oliveira ironizou na resposta, afirmando que "pode estar o PSD e o CDS descansados que o PCP não se vai colocar nunca numa posição de incoerência" e agradecendo a preocupação com a "manutenção da identidade" comunista.

O líder parlamentar comunista considerou que com o derrube do governo PSD/CDS-PP e com "o que se vai passar nas próximas semanas se irá criar uma outra perspectiva sobre o que são soluções governativas que não passem por lógicas de convidar companheiros para o percurso procurando liquidá-los ou procurando partir-lhes a espinha".

"Há uma diferença grande naquilo que foi uma discussão entre o PS e o PCP, nem o PCP tentou convencer o PS a abandonar as suas posições nem o PS tentou convencer o PCP a desistir do seu programa", disse.

Na sua intervenção, João Oliveira já tinha salientado esta ideia, afirmando que uma solução governativa "não tem de implicar que se prescinda do programa, da independência, dos objectivos políticos ou da coerência".

"Nem todos os partidos sentem a pressão de passar de euro-céticos a euro-convictos como o CDS fez em 2002 a troco de uns lugares no Governo de Durão Barroso. E nem todos os partidos aceitam passar de partido dos contribuintes, dos pensionistas e da lavoura a partido carrasco das pensões, dos agricultores e dos contribuintes como fez o CDS em 2011", acusou.

Lusa