PCP prevê “agravamento” da austeridade


 


 

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anteviu hoje no "discurso embrulhado" do ministro das Finanças após a reunião do Eurogrupo medidas meramente "parcelares" relativamente ao programa de ajustamento financeiro que podem trazer o "agravamento" da "austeridade".

"É uma medida meramente parcelar que, ainda por cima, pode ser acompanhada de agravamento da própria austeridade", afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista falava aos jornalistas na sede do PCP, em Lisboa, após uma reunião com uma delegação do partido ecologista "Os Verdes".

Na terça-feira de madrugada, em Bruxelas, no final da reunião do Eurogrupo, o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, disse ter sido "pedido à 'troika' que, no contexto do quinto exame, olhasse, em colaboração com as autoridades portuguesas, para formas de favorecer o sucesso do processo de ajustamento em Portugal".

"Melhorar e favorecer parecem-me, de facto, termos que podemos usar", considerou Vítor Gaspar.

Para Jerónimo de Sousa, trata-se de "um discurso embrulhado bem ao estilo do ministro das Finanças".

"Essa ideia do sucesso da aplicação do pacto de agressão é, de facto, uma ideia tremenda. Que sucesso é esse quando hoje se verifica que o país está mais injusto, com mais desemprego, com mais pobreza, com mais recessão económica, com mais dependência do exterior?", questionou.

O secretário-geral do PCP sublinhou que "a perspetiva de algum alargamento do prazo de execução para a redução do défice das contas públicas" não resolve "o problema de fundo", que não é resolúvel com "uma ou outra medida parcelar, com um adiamento".

"Quero sublinhar que os dois grandes objetivos que eram usados para desferir a austeridade e os sacrifícios contra os portugueses, nem esses dois problemas – a dívida e o défice – estão a ser resolvidos", declarou.