Metro do Porto. Vice-presidente da câmara de Gaia diz que ministro da Economia “prestou um mau serviço”


 O vice-presidente da Câmara de Gaia considerou hoje que o ministro da Economia "prestou um mau serviço à causa pública" no processo da Metro do Porto e pediu a demissão da comissão que avaliou os nomes para administradores da empresa. António José Lopes e Miguel Sá Pinto são os dois nomes escolhidos para fechar a…


 O vice-presidente da Câmara de Gaia considerou hoje que o ministro da Economia "prestou um mau serviço à causa pública" no processo da Metro do Porto e pediu a demissão da comissão que avaliou os nomes para administradores da empresa.

António José Lopes e Miguel Sá Pinto são os dois nomes escolhidos para fechar a composição da nova administração da Metro do Porto, que deverá ser nomeada na sexta-feira, anunciou hoje o Ministério da Economia, que em comunicado avançou que o nome de António José Lopes será apresentado em assembleia-geral da empresa, na sexta-feira, para o cargo de administrador executivo, em articulação com a Junta Metropolitana do Porto (JMP).

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente social-democrata da Câmara de Gaia, Firmino Pereira, lamentou que "a teimosia" do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, "em nomear um amigo de curso, tenha convencido o senhor ministro da Economia".

"O senhor ministro da Economia, neste caso da Metro do Porto, prestou um mau serviço à causa pública, admito que saia fragilizado deste processo e que deve tirar as consequências desta atitude que ele próprio protagonizou", afirmou.

Para o vereador do PSD da Câmara de Gaia, "é desprestigiante para a futura administração da Metro do Porto o folhetim que termina desta forma", considerando "também que a nova administração tem a sua autonomia e credibilidade ferida de morte com este episódio".

"A pergunta que eu faço é como é que é possível em 10 dias o doutor António José Lopes, que é a pessoa indicada para administrador executivo, passar de pessoa desqualificada para o cargo – eu cito a CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Publica) — e passado 10 dias, dados uns esclarecimentos adicionais que ninguém conhece, já dá o seu aval e dá o seu parecer positivo", questionou.

Firmino Pereira defende assim que "esta comissão não tem a partir de agora qualquer credibilidade na apreciação do currículo dos gestores públicos", considerando que esta devia demitir-se.

"Em relação ao doutor António José Lopes – e como agora está na moda arranjar uns créditos para tirar uns cursos – se calhar em 10 dias arranjou uns créditos que lhe deram uma maior avaliação curricular e, portanto, passou de desqualificado a ser uma pessoa com crédito para ser administrador executivo da Metro do Porto", observou.

O nome de António José Lopes tinha sido indicado no dia 29 de junho pela JMP para o cargo de administrador executivo. Contudo, acabou por ser inicialmente "chumbado" pela CRESAP "em virtude de não ter demonstrado variedade e qualidade de experiências nas diversas áreas da gestão e do conhecimento específico do negócio público em causa".

O Ministério salienta hoje que, "na sequência de ter recebido informações adicionais sobre os currículos de alguns dos nomeados, a CRESAP aprovou sem reservas a lista de nomeações a propor à assembleia geral da Metro do Porto".

No dia 29, data marcada para a eleição dos novos órgãos sociais da Metro do Porto, além de António José Lopes, a CRESAP chumbou também o nome de António Samagaio, que tinha sido indicado pelo Governo para administrador não executivo.

No mesmo dia, a lista de nomes que tinha sido analisada de manhã pelos autarcas da AMP acabou por não ser sequer apresentada à tarde, em assembleia-geral, uma vez que o representante do acionista Estado acabou por faltar à reunião magna.