O PS vai questionar o Governo sobre a data de abertura do Centro de Reabilitação do Norte, tendo o deputado socialista Manuel Pizarro considerado hoje “um crime contra os cidadãos” da região se este não entrar em funcionamento rapidamente.
No âmbito da preparação do debate do Estado da Nação, os deputados do PS eleitos pelo Porto visitaram hoje as obras do Centro de Reabilitação do Norte, em Valadares, Vila Nova de Gaia.
Em declarações à Agência Lusa, o ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde e presidente da concelhia socialista do Porto, Manuel Pizarro, explicou que o Centro de Reabilitação do Norte ficará pronto até ao final de julho, ficando depois a faltar “alguns pequenos equipamentos”, considerando que “não há nenhuma justificação para que não possa ser aberto durante o próximo mês de setembro”.
“A única declaração que ouvimos ao senhor ministro foi que era necessário ponderar se havia condições financeiras para abrir o centro. Nós julgamos que isso significa que o senhor ministro está muito mal informado e que não lhe deram os documentos nos quais se baseou a própria construção do centro, porque é demonstrado que o centro é, do ponto de vista económico, uma operação também boa para o Estado português e sobretudo para as pessoas do Norte”, observou.
Manuel Pizarro avançou assim que durante esta semana, os deputados do PS vão dirigir uma pergunta ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, através da Assembleia da República, na qual vão “procurar perceber quando é que está planeada a abertura do Centro de Reabilitação do Norte”.
“Sendo certo que nós consideramos que será um crime contra os cidadãos do Norte do país que o centro de reabilitação não entre em funcionamento rapidamente e rapidamente significa nos próximos dois ou três meses”, disse.
O deputado socialista explicou que “o Norte é a única região do país que não tem um Centro de Reabilitação para doentes que necessitam de reabilitação intensiva e prolongada” e que o investimento total do equipamento foi “de cerca de 40 milhões de euros, em infraestrutura e equipamentos, com um financiamento comunitário superior a 80 por cento”.
“Não quero acreditar que um equipamento que foi tão cuidadosamente planeado, cuja execução foi financiada em mais de 80 por cento por fundos comunitários, que está tão cuidadosamente planeado do ponto de vista da sua entrada em funcionamento, que é tao necessário para as pessoas, que a sua entrada em funcionamento seja dificultada pela inoperância e pela desatenção do Governo”, enfatizou.
Pizarro explicou que aquilo que “está previsto é que o centro de reabilitação, quando estiver em pleno funcionamento, o seu orçamento será de cerca de 14 milhões por ano”, o que significa “pouco mais de um por cento do custo do conjunto dos hospitais do Norte”.
“O que é necessário fazer é o trabalho de renegociação dos contratos com os hospitais para que os doentes que neste momento são tratados nesses hospitais de agudos, em condições que não são tecnicamente tão evoluídas como estas que são oferecidas no centro de reabilitação do Norte, esse dinheiro acompanhe os doentes para o Centro de Reabilitação do Norte”, declarou.
