Espanha relembra à Holanda e à Finlândia que acordos têm que ser cumpridos


 O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol recordou hoje à Finlândia e à Holanda que "os acordos devem ser cumpridos", numa referência à oposição desses dois países pelas decisões adotadas na última cimeira europeia. "Não faz o menor sentido que num Conselho Europeu, que é a máxima instituição da União Europeia (UE), se adote um acordo…


 O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol recordou hoje à Finlândia e à Holanda que "os acordos devem ser cumpridos", numa referência à oposição desses dois países pelas decisões adotadas na última cimeira europeia.

"Não faz o menor sentido que num Conselho Europeu, que é a máxima instituição da União Europeia (UE), se adote um acordo e que, de regresso a casa, se comecem a abrir brechas e a procurar fórmulas para incumprir os compromissos ali obtidos", disse José Manuel García Margallo aos jornalistas.

O chefe da diplomacia espanhola referia-se ao acordo, alcançado no final de junho, sobre a possibilidade dos fundos europeus comprarem dívida no mercado secundário, decisão que tanto a Finlândia como a Holanda ameaçam vetar.

Depois de inaugurar, em Madrid, a primeira Conferência de Alto Nível sobre Vítimas do Terrorismo, o ministrorealçou que "o importante numa organização internacional é a seriedade e honrar a palavra dada".

Espanha, disse, vai defender na reunião do Eurogrupo hoje e na do Ecofin na terça-feira que "os acordos que se adotam têm que ser cumpridos", pedindo a todos os países que estiveram no Conselho Europeu que se comprometam com os acordos ali alcançados.

Depois de afirmar que os mercados são forças cegas que respondem aos seus próprios interesses, García-Margallo destacou que a responsabilidade do Executivo nos mercados e nas instituições europeias é adotar as decisões necessárias para que as ações contra o euro não tenham sucesso.

Se pessoas ou instituições movem milhões de euros e apostam contra o euro e contra a dívida soberana dos países que fazem parte do euro, as instituições europeias devem responder com uma aposta mais forte, disse García Margallo.

Atualmente a única instituição que tem dinheiro suficiente para ser operativa é o Banco Central Europeu (BCE), que, segundo o ministro, "deve intervir nos mercados e começar a comprar dívida pública de forma massiva para que os especuladores entendam que se apostam contra o euro vão perder".

Considerando que o problema do euro é "político" e não "económico", García-Margallo afirmou que os investidores apostam em áreas geográficas com piores dados que a zona euro porque duvidam da vontade da UE de defender a moeda comum.

O ministro espanhol referiu ainda que o euro é "uma conquista irreversível" da área económica mais importante do mundo, que representa o 20 por cento da riqueza mundial, 40 por cento das importações e conta com um modelo de economia social de mercado muito superior a outros.