Os acionistas da Cimpor, reunidos em assembleia-geral, aprovaram hoje a generalidade dos pontos em deliberação, incluindo a distribuição de cerca de 111,5 milhões de euros de dividendos referentes a 2011.
A assembleia-geral anual da Cimpor foi retomada hoje após a suspensão dos trabalhos no dia 20 de abril.
Na reunião anual de acionistas hoje foram retirados os pontos relativos à Caixa Geral de Negócios, que entretanto deixou de ser acionista após a OPA, assim como o ponto respeitante à política de remunerações dos órgãos de administração e de fiscalização da empresa, que foi deixado para ser decidido na assembleia-geral extraordinária, no próximo dia 16, que elege os novos corpos dirigentes da cimenteira.
A assembleia aprovou a distribuição de um dividendo de 0,166 euros por ação, valor que decorre da manutenção da parcela dos lucros distribuídos aos acionistas decidida para o exercício de 2010. A queda dos resultados da cimenteira em 2011 penalizou o valor do dividendo bruto em 19 por cento.
A Camargo Corrêa vai receber dividendos brutos na ordem dos 81,324 milhões de euros, correspondentes a 489.904.807 ações detidas na Cimpor. Já as 142.492.130 ações ainda detidas pela Votorantim permitem-lhe arrecadar 23,654 milhões de euros.
A Cimpor tem ainda cerca de 5,9 por cento do capital disperso, a que caberão cerca de 6,6 milhões de euros de dividendos brutos.
A empresa brasileira InterCement (detida pela Camargo Corrêa) passou a deter 94,81 por cento do capital da Cimpor, que correspondem a 95,69 por cento de direitos de voto, no âmbito de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada já este ano.
Os acionistas aprovaram ainda a atribuição de prémios máximos de 1,98 milhões aos membros da comissão executiva e de 720 mil euros aos restantes colaboradores.
A assembleia-geral extraordinária da Cimpor agendada para o próximo dia 16 irá eleger os novos corpos dirigentes da cimenteira, em que Ricardo Lima, atual vice-presidente de operações da brasileira InterCement, será o novo presidente executivo.
Daniel Proença de Carvalho é o nome proposto pelos brasileiros da Camargo Corrêa para presidente do conselho de administração, que será composto por 15 elementos, dos quais sete se mantêm da anterior.
Entre os oito novos elementos que os novos donos da Cimpor decidiram nomear, destaca-se o nome de Pedro Rebelo de Sousa, que exerce atualmente o cargo de administrador da Caixa Geral de Depósitos, um dos anteriores acionistas que vendeu a sua posição à Camargo Correa.
Estão de saída da Cimpor António Varela, António Gomes Mota, José Fino, João Raimundo e Paulo Oliveira Santos.
Dos vários atuais administradores da cimenteira portuguesa, irão manter-se Luís Filipe Sequeira Martins, Luís Miguel Vaz, Manuel Barata de Faria Blanc, José Manuel Neves Adelino e ainda os já nomeados pela Camargo, Albrech Domenech, José Édison Franco e Walter Schalka.