A França quer ver o mandato do luxemburguês Jean-Claude Juncker na presidência do Eurogrupo "prolongado por algum tempo" para permitir "preparar uma solução" mais "duradoura", afirmou hoje o ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici.
O semanário alemão Der Spiegel noticiou um acordo entre a França e a Alemanha para partilharem a presidência das reuniões de ministros das Finanças da zona euro, sendo a primeira metade exercida pelo alemão Wolfgang Shäuble e a segunda pelo francês Pierre Moscovici.
"Não sei de que fonte vem esse ruído, mas não é uma questão da atualidade", assegurou o ministro francês à imprensa, à margem de uma conferência económica em Aix-en-Provence (sudeste).
"Amanhã [segunda-feira] temos um Eurogrupo, devemos decidir um pacote" de nomeações, incluindo a do sucessor do primeiro-ministro luxemburguês, disse.
"A posição francesa é que Jean-Claude Juncker continue o seu mandato por algum tempo para preparar uma solução talvez mais duradoura e para prosseguir a sua tarefa", disse.
A presidência do Eurogrupo, um dos cargos mais importantes da política europeia, está a ser disputada por Berlim e Paris depois de Juncker anunciar que tenciona retirar-se após cumprir o mandato, no final do mês.
O matutino francês Le Figaro noticiou por seu lado que o futuro chefe do Eurogrupo deverá adquirir mais poderes, e que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, chegaram a acordo para reforçar o cargo, a partir do próximo ano.
O futuro presidente do Eurogrupo deverá assim ser equiparado ao presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Christine Lagarde, passando a ter lugar nas reuniões do G-8 e do G-20, por exemplo.