O Tribunal Constitucional (TC) declarou que o corte de subsídios de férias e de Natal é inconstitucional. Contudo, por este facto pôr em causa as metas do défice de 4,5% até ao final do ano e os acordos com a União Europeia e FMI, o corte não se aplica à "suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ou quaisquer prestações correspondentes aos 13.º e, ou, 14.º meses, relativos ao ano de 2012."
No entanto, o presidente do Tribunal de Contas votou contra.
Passos Coelho já reagiu e garante que o Governo irá apresentar o próximo Orçamento do Estado de 2013 tendo em conta o chumbo do Tribunal Constitucional (TC) ao corte dos subsídios da função pública.
Questionado sobre quais as medidas que irá tomar na sequência desta decisão, Pedro Passos Coelho afirmou que "ainda é muito cedo” e que irá estudar o documento.
Seguro: Governo vai ser obrigado a rever políticas orçamentais
O secretário-geral do PS afirmou hoje que a inconstitucionalidade dos cortes nos subsídios de férias e Natal obriga o Governo a rever as políticas orçamentais e a exigir mais tempo para consolidar as contas públicas.
Já o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) diz que esta inconstitucionalidade da suspensão dos subsídios de férias ou de Natal, é "uma boa notícia para os trabalhadores".
PCP alerta para potencial alargamento de cortes a todos os trabalhadores
O deputado do PCP Jorge Machado alertou hoje para a possibilidade de a decisão do Tribunal Constitucional sobre a suspensão dos subsídios de férias e de Natal vir a ser aproveitada para se estender a todos os trabalhadores.
“Queremos deixar o alerta de que não pode esta decisão ser aproveitada no sentido de ampliar este corte do subsídio de férias e do subsídio de Natal a todos os trabalhadores do nosso país”, afirmou o deputado à Lusa.
Já o Bloco de Esquerda afirma que o Tribunal Constitucional fez "um parêntesis na Constituição" ao declarar inconstitucionais os cortes nos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas e simultaneamente determinar que isso não se aplica este ano.
Aumento de impostos?
O economista Silva Lopes considera que o aumento da despesa com salários, decorrente da inconstitucionalidade do corte dos subsídios à função pública e aposentados, poderá ser compensado por via do aumento da tributação sobre o 13.º mês.