Moses McNeil, Peter McNeil, Peter Campbell e William McBeath. Quem são estes? Os quatro fundadores do Rangers, em 1872.
William Wilton, Bill Struth, Scot Symon, David White, Williem Thomton, William Waddell, Jock Wallace, John Greig, Tommy McLean, Graeme Souness, Walter Smith, Dick Advocaat, Alex McLeish, Paul Le Guen, Ian Durrant e Ally McCoist. Quem são estes? Os 16 treinadores dos 140 anos de vida do Rangers!
De 1872 a 2012, o percurso do Rangers é uma viagem gloriosa, só com paragens para festejar os 115 títulos. Sim senhor, 115. É o clube com mais títulos do mundo, entre 54 ligas escocesas, 33 Taças da Escócia, 27 Taças da Liga escocesa e uma Taça das Taças – conquistada em 1972, depois de bater o Sporting na 2.a eliminatória (3-2 e 3-4) numa noite épica em Alvalade, com Damas a defender quatro penáltis em vão, porque um tal Laurens van Ravens, árbitro holandês, se esquecera da nova regra dos golos fora.
Dizíamos nós, uma viagem gloriosa, abruptamente interrompida com a exclusão da 1.a divisão por questões financeiras. “Durante uma reunião realizada hoje, os clubes da Liga escocesa votaram por larga maioria a exclusão do Rangers da competição”, lê-se num comunicado da federação escocesa.
Com a falência decretada e sancionado com dez pontos no campeonato 2011/12, o Rangers perde o trono para o Celtic e é comprado por 7 milhões de euros pelo empresário Charles Green, que o refunda como The Rangers. É assim obrigado a disputar a 4.a divisão (Third Division), a não ser que haja uma decisão favorável à sua permanência na elite por meio de votação dos restantes 11 participantes da competição. Cinco horas de discussão bastam para dizer não ao Rangers.
“Argumentei a favor do clube”, defende-se Neil Doncaster, chefe executivo da Scottish Premier League (SPL), “porque esta descida de divisão pode prejudicar seriamente o clube, com larga tradição na Europa, mas os dirigentes não se mostraram sensibilizados.”
Além da recusa, os tais 11 clubes ainda pedem à SPL uma quota de 19 milhões de euros a título de ajuda financeira, justamente para cobrir os prejuízos com a saída do Rangers, como contratos de patrocínio e direitos televisivos provocados pela não realização do clássico com o Celtic.
O mesmo Neil Doncaster diz de sua justiça: “Temos três saídas para este impasse. A primeira é chegar a um acordo para a permanência do Rangers na Premier League, com uma série de sanções. A segunda é o rebaixamento para a First Divison [2.a divisão]. A terceira é o recomeço na Third Divison [4.a divisão].”
O próximo passo é uma nova reunião, a 12 de Julho, e desta vez com a SFL (Scottish Football League), entidade que reúne as equipas das três divisões inferiores. No entanto, 11 dos 30 clubes já vetaram publicamente a entrada do Rangers na 2.a divisão. Seguir- -se-á então o purgatório. Ou a 4.a divisão.