O deputado do PS na Assembleia da República eleito pelos Açores, Ricardo Rodrigues, afirmou hoje que “não é razoável” que alunos abandonem o ensino superior por não terem dinheiro para pagar as propinas.
“Fizemos o 25 de abril para que não persistam desigualdades sociais tão gritantes como a que estamos a assistir, com as pessoas a não poder estudar por não terem dinheiro”, afirmou Ricardo Rodrigues, frisando que “isso não se pode passar em Portugal”.
Para o deputado socialista, “os alunos não podem abandonar a universidade porque não têm dinheiro para pagar propinas”, considerando que “não apostar no conhecimento é comprometer o país”.
Ricardo Rodrigues, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada no final de uma reunião com o delegado nos Açores do Sindicato Nacional do Ensino Superior, considerou que existem em Portugal “situações que já atingiram o limite do que é suportável”.
“O Governo da República tem de atribuir prioridade à educação. Receamos que, a curto e médio prazo, o país vá sofrer bastante com os cortes que estamos a ter no ensino superior”, frisou, recordando que, no caso da Universidade dos Açores, esses cortes atingiram 8,5 por cento do orçamento.
Na sequência destes cortes, o deputado socialista alertou também para a falta de verbas para pagar aos docentes que se qualificam profissionalmente, o que pode criar problemas à sobrevivência das instituições.
“Se um professor faz a sua qualificação e depois não há dinheiro para lhe pagar, isso é uma ‘pescadinha de rabo na boca’ que compromete a credibilidade das universidades”, salientou Ricardo Rodrigues, frisando que os estabelecimentos de ensino superior são reconhecidos pela qualidade dos docentes que têm.
No mesmo sentido, Álvaro Borralho, delegado regional do Sindicato Nacional do Ensino Superior, salientou que os professores “estão a qualificar-se, mas não estão a receber de acordo com a categoria que adquirem”.
“Há um bloqueio nas carreiras”, alertou.