O secretário-geral do PCP reafirmou hoje que após um ano de Governo PSD/CDS, o país está pior, culpando também o Presidente da República e o PS, e insistiu na importância da “poderosa luta de massas” neste contexto.
“Declínio económico, retrocesso social, desemprego, saque e dependência externa. É este o rumo que PSD, CDS e PS, com o apoio do Presidente da República, estão a impor ao país. Um rumo de desastre que as mentiras e a propaganda do Governo não iludem”, afirmou Jerónimo de Sousa, numa conferência em Lisboa em que apresentou as conclusões da reunião do Comité Central.
Os comunistas, que analisaram a situação do país nesta reunião, destacam que após um ano de aplicação do programa de ajustamento financeiro acordado com a ‘troika’ da ajuda externa e de Governo PSD/CDS, “Portugal está hoje mais endividado e dependente, afundado no plano económico, saqueado nos seus recursos, marcado por crescentes injustiças e pelo empobrecimento da generalidade da população”.
Aliás, sublinhou Jerónimo de Sousa nesta declaração, “é sobre os trabalhadores, os seus salários e rendimentos e os seus direitos que mais se concentra a presente ofensiva, como está bem patente na nova escalada no ataque a direitos dos trabalhadores que as alterações à legislação consagram”.
A este propósito, os comunistas dirigem críticas diretas a Cavaco Silva, por ter promulgado recentemente a nova legislação laboral, o que prova “uma vez mais o seu comprometimento com os interesses do grande capital e a renúncia no exercício das suas funções ao juramento que fez de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República”.
Para o PCP, esta “evolução desastrosa para a qual o país está a ser arrastado” exige a “derrota desta política e deste Governo”, inscrevendo-se neste “imperativo nacional” a moção de censura ao Governo que os comunistas apresentaram na semana passada.
Mas o PCP sublinha também, neste contexto, “a dimensão, multiplicação, intensificação e convergência que assumiu a luta de massas” neste último ano, considerando-a mesmo “um dos traços mais marcantes da situação política nacional”.
“A poderosa luta de massas que por todo o país e em praticamente todos os setores, os trabalhadores e as populações têm desenvolvido, constitui um elemento incontornável da situação em Portugal, uma demonstração do papel insubstituível da luta dos trabalhadores”, afirmou Jerónimo de Sousa.
Segundo o líder do PCP, o Comité Central do partido aprovou hoje, por isso, “um conjunto de linhas de orientação e ação” em que se destaca “a necessidade e importância da continuação do desenvolvimento da luta de massas” na rejeição do acordo assinado com os credores internacionais e a política do Governo.