Trabalhadores das limpezas dos comboios em greve manifestam-se à porta da empresa


Os trabalhadores da empresa que efetua as limpezas nos comboios e bilheteiras da CP estão hoje em greve e manifestam-se frente à sede da entidade patronal, em Lisboa, contra falhas no pagamento dos salários, segundo o sindicato. De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD),…


Os trabalhadores da empresa que efetua as limpezas nos comboios e bilheteiras da CP estão hoje em greve e manifestam-se frente à sede da entidade patronal, em Lisboa, contra falhas no pagamento dos salários, segundo o sindicato.

De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD), Vivalda Silva, a paralisação dos trabalhadores da ESABE está a ter uma “forte adesão” a nível nacional.

“Entre 90 a 95 por cento de certeza absoluta”, avançou à agência Lusa a sindicalista.

No local, pelas 10:00, algumas dezenas de trabalhadores da ESABE, na sua grande maioria mulheres, estavam concentrados frente à sede da empresa, em Lisboa, aguardando por mais colegas que saíram esta manhã do Porto, Coimbra, Entroncamento e Faro e se juntarão no final da manhã ao protesto.

Segundo Vivalda Silva, depois de se ter reunido com o STAD em abril, a empresa assumiu o compromisso de pagar os salários no último dia de cada mês, conforme obriga a legislação em vigor.

No entanto, em maio não só o pagamento não foi feito “a tempo e horas”, como os trabalhadores verificaram “diversas falhas” no montante que receberam, referente a subsídios de alimentação, transportes e outras remunerações.

“Tanto em maio como em junho a empresa pagou apenas o salario base e, em alguns casos, o subsídio de alimentação”, disse.

Para "agravar" a situação, continuou Vivalda Silva, a ESABE proibiu no mês passado os trabalhadores de gozarem férias até Setembro e “informou esta decisão num simples comunicado afixado nos locais de trabalho”.

“Esta alteração aos mapas de férias foi unilateral e é totalmente ilegal”, sublinhou a sindicalista, referindo que o sindicato já pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

“Não sabemos o que se passa. Comenta-se que estão à espera do novo concurso da CP, porque, se perderem, não tem, que pagar subsídios em outubro”, afirmou.

De acordo com o STAD, são cerca de 500 os trabalhadores das limpezas dos comboios e bilheteiras da CP nesta situação, a maioria deles mulheres, com vínculo efetivo e a receberem o salário mínimo nacional.