Jardim diz que Programa de Ajustamento é “duro” mas não cederá “um milímetro” na autonomia


 O presidente do PSD-M, Alberto João Jardim, disse hoje que o Programa de Ajustamento Económico-Financeiro (PAEF) "é duro", mas não cederá "um milímetro" na autonomia da Madeira.  "É um plano duro que temos para cumprir mas se não o cumpríssemos tínhamos perdido a autonomia. Não vou ceder um milímetro que seja na autonomia, não vou…


 O presidente do PSD-M, Alberto João Jardim, disse hoje que o Programa de Ajustamento Económico-Financeiro (PAEF) "é duro", mas não cederá "um milímetro" na autonomia da Madeira.

 "É um plano duro que temos para cumprir mas se não o cumpríssemos tínhamos perdido a autonomia. Não vou ceder um milímetro que seja na autonomia, não vou precisar de entregar nenhum poder a Lisboa, temos que ir junto dos tribunais e obrigá-los a pagar o que eles nos devem e o que a Constituição os manda pagar", disse no tradicional comício do PSD-M realizado em Santo António, evocativo do Dia da Região Autónoma da Madeira.

"Deu-se a volta e o meu orgulho, e de todos e de cada um dos madeirenses, é que se deu a volta com o nosso dinheiro sem Lisboa ter pago um tostão que fosse e, ainda por cima, nos obriga a pagar uma dívida por termos o direito de vivermos tão bem como eles, e tão bem como os cidadãos da Europa", disse.

O presidente do PSD-M voltou a reivindicar uma mudança constitucional relativamente às autonomias: "Nós não somos separatistas mas é altura de a Constituição Portuguesa não ser um conjunto de palavras que dá para os tribunais julgarem sempre a favor de Lisboa e decidirem sempre contra o povo madeirense".

"É preciso dizer-se na Constituição aquilo que são os poderes do Estado e aquilo que são os poderes da Madeira", declarou.

Para Alberto João Jardim, os poderes do Estado devem limitar-se aos direitos liberdades e garantias individuais, à política externa, à defesa nacional, à segurança interna, aos tribunais de recurso e à Segurança Social.

"Fora disto – disse – não há que aceitar o colonialismo, fora disto não há que aceitar ordens de outros, fora disto somos suficientemente capazes para governar a nossa vida e não estávamos metidos nestes problemas se tivéssemos maior capacidade para enfrentar e resolver e não estivéssemos sujeitos às asneiras de Lisboa".

"A Madeira vai resistir", concluiu, num comício em que era habitual também intervir o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque (candidato assumido à presidência do PSD-M), mas que este ano não subiu ao palco, tendo a autarquia sido representada pelo seu vice-presidente Bruno Pereira que, na opinião de Alberto João Jardim, "vai dar um bom presidente", da Câmara Municipal do Funchal.