O líder da concelhia do Porto do PS, Manuel Pizarro, disse hoje ser preciso saber qual o membro do Governo que “sabotou” o acordo entre Junta Metropolitana do Porto e ministro da Economia para a administração da Metro do Porto.
“Quero manifestar a minha solidariedade com o presidente da Junta Metropolitana do Porto e presidente da Câmara Municipal do Porto porque, de facto, aquilo que aconteceu é uma total falta de respeito do Governo perante a Junta Metropolitana e perante os cidadãos do Porto. Por outro lado, também quero interpelar o Dr. Rui Rio: é preciso saber quem foi o membro do Governo que sabotou o acordo entre a Junta Metropolitana do Porto e o ministro da Economia e do Emprego”, disse Manuel Pizarro à Agência Lusa à margem do XV Congresso Distrital do PS/Porto, que hoje decorre no Rivoli.
Em causa está o facto da assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para sexta-feira, com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, ter sido suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, mantendo-se Ricardo Fonseca na presidência, horas depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração daquela empresa.
Também na sexta-feira, o presidente da Junta Metropolitana do Porto e da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou à Lusa que houve "interferências" de membros do Governo na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto para "politicamente fragilizar mais o ministro da Economia".
“O Governo comporta-se como uma agência eleitoral dos líderes, dos barões do PSD no Porto. Isso é que não pode ser. O Governo não pode estar ao serviço dos interesses de grupo, partidários, sectários dos barões do PSD no Porto”, condenou o ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde do Governo de José Sócrates.
Na opinião de Manuel Pizarro, o ministro da Economia “acabou” e “quando sair à rua já nem vale a pena contestá-lo porque o país percebeu hoje com clareza que o senhor não é ministro, só é ministro formalmente”.
“Ele não existe, ele fez-nos passar por esta humilhação mas fica ele próprio com a sua dignidade irreversivelmente ferida”, considerou.
Para o socialista, este episódio foi uma “vergonha nunca antes vista”, afirmando que “este comportamento do Governo revela falta de respeito para com o Porto, falta de respeito para com o interesse público e a empresa Metro do Porto deve prosseguir e mais ainda, revela falta de respeito institucional”.