Metro do Porto. Autarca de Matosinhos pede a demissão de Santos Pereira


 


 

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, considerou hoje vergonhoso o episódio relativo à eleição da administração da Metro do Porto, pedindo a demissão do ministro da Economia “porque o país não pode mais com a sua incompetência”.

A "vergonha que se passou ontem no Metro do Porto tem alguma coisa a ver com a crise que temos ou tem a ver com a incapacidade deste Governo de decidir o que quer que seja porque anda a hesitar entre o cartão azul e o cartão laranja ou entre o homem do Porto e o homem de Gaia, dando um espetáculo ao país deplorável de alguém que não é capaz de decidir coisa nenhuma”, disse Guilherme Pinto durante o discurso do XV congresso distrital do PS/Porto, que hoje decorre durante todo o dia no Rivoli, no Porto.

Guilherme Pinto – que nas últimas eleições para a distrital do PS/Porto, perdeu a corrida para o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro – foi perentório: “tenham vergonha. Senhor ministro da Economia demita-se porque o país não pode mais com a sua incompetência. Demita-se senhor ministro”.

Em causa está o facto da assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para sexta-feira, com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, ter sido suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, mantendo-se Ricardo Fonseca na presidência.

Isto horas depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração daquela empresa.

“Há mais de um ano que a Junta Metropolitana vem exigindo ao Governo que tome decisões. Afinal, trata-se apenas de nomear uma equipa de gestão. Se um ministro, que tem dez milhões de cidadãos, não consegue escolher um para ser presidente do Metro, meu Deus, o melhor é fugirmos do país ou trocarmos de ministro e eu acho que o melhor é trocarmos de ministro”, sublinhou Guilherme Pinto.

Mas o socialista foi mais longe: “0 que se passou é que a batalha surda que durou um ano, para meter o homem do Filipe Menezes, para meter o homem do Rui Rio, para meter o homem do Relvas ou agora para meter outra vez o homem do Rui Rio e agora para meter outra vez o homem do Relvas, acabou por redundar numa falta de educação, numa falta de respeito, numa falta de sentido de Estado”.

“Demita-se senhor ministro, o que se passou ontem é demasiado grave. Você não pode continuar a exercer funções. Porque um ministro que escolhe um nome e depois recua porque alguém lhe dá um puxão de orelhas não tem dignidade para continuar a exercer, não tem dignidade para continuar a servir os 10 milhões de portugueses”, reforçou.

Já na sexta-feira, o presidente da Junta Metropolitana do Porto e da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou à Lusa que houve "interferências" de membros do Governo na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto para "politicamente fragilizar mais o ministro da Economia".