Arménio Carlos alerta bispo do Porto para sofrimento dos portugueses


 


 

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, reuniu-se hoje com o bispo do Porto, Manuel Clemente, e criticou as políticas do Governo por estarem a causar "cada vez mais sofrimento" aos portugueses.

"Em conjunto, comungámos desta ideia de que estas políticas estão a sangrar cada vez mais o doente e a trazer cada vez mais sofrimento às pessoas", disse o secretário-geral da CGTP aos jornalistas, à porta do Paço Episcopal da Sé do Porto.

No final do encontro, Arménio Carlos explicou que a central tem estado a reunir-se com "diversas entidades e instituições", pelo que "a Igreja, pelo papel que tem na sociedade portuguesa, justifica e exige da parte da CGTP que faça não só uma reflexão, mas também que ouça as opiniões dos outros protagonistas do desenvolvimento da sociedade."

"O país não se desenvolve assim", prosseguiu Arménio Carlos, para quem "este país só vai para a frente se porventura criar riqueza, criar emprego e melhorar as condições de vida e de trabalho da população. Porque é também a partir daqui que aumenta a receita. Porque quanto melhor forem os salários e o emprego, melhores são as contribuições", disse.

"Se isto não acontecer vamos no caminho do precipício", considerou, asseverando que "este é o caminho errado, porque leva a que o país fique numa situação ainda mais difícil do que está hoje."

Arménio Carlos considerou ainda que "não há qualquer justificação para invocar novamente o memorando para dar sequência a uma política que acentua as desigualdades, a pobreza, o desemprego e a redução dos salários. Se o código de trabalho entrar em vigor como neste momento está atualmente definido, o que nós vamos ter nos próximos tempos é uma rendição significativa dos rendimentos dos trabalhadores", sentenciou.

"O que viemos aqui dizer é que é necessário que todos aqueles que estão desempregados tenham acesso à proteção social", disse Arménio Carlos, para referir que "é possível e fundamental que se verifique uma dinamização do mercado interno, o que passa por uma ligeira melhoria dos salários, particularmente o salário mínimo e as pensões".

"Viemos também dizer que se porventura o Código do Trabalho entrar em vigor, então vai aumentar a austeridade e os sacrifícios dos trabalhadores nos próximos tempos, tanto os do setor privado como da administração pública", sublinhou Arménio Carlos.