CGTP culpa política de austeridade do Governo pelo agravamento do défice


 


 

O secretário-geral da CGTP-IN considerou hoje que as estimativas que apontam para um agravamento do défice no primeiro trimestre de 2012 confirmam o "erro" da austeridade do Governo e exigiu a imediata inversão de políticas.

Arménio Carlos falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de confrontado com dados que indiciam que o défice orçamental no primeiro trimestre agravou-se para 7,9 por cento do PIB, ficando acima da meta de 4,5 por cento prevista para o final do ano e acima dos 7,5 por cento verificados em igual período de 2011.

Segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor nominal do défice das Administrações públicas em contabilidade nacional – a ótica que conta para Bruxelas – atingiu os 3.217 milhões de euros, valor que compara com os 3.097 milhões de euros registados no final do primeiro trimestre do ano passado.

"Estes dados confirmam as políticas erradas que o Governo está a desenvolver, porque já era previsível que a austeridade e os sacrifícios só poderiam levar a estes número. Além da derrapagem do défice, é preciso também salientar que a dívida de Portugal está a aumentar", apontou o secretário-geral da CGTP-IN.

De acordo com Arménio Carlos, a dívida do país deverá situar-se nos 114 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e, em 2013, "poderá atingir os 118 por cento do PIB".

"O povo português está a ser sujeito a sacrifícios e a uma política de grande austeridade, sendo caso para perguntar a quem é que isto serve ? Esta política não está beneficiar o país nem o povo, porque aumenta o desemprego e diminui o rendimento das famílias", apontou.

Para Arménio Carlos, quem beneficia com a atual política do Governo "é somente o setor financeiro".

"Estas políticas precisam de ser rapidamente ultrapassadas sob pena de dentro de dois a quatro meses o país estar numa situação ainda pior do que a atual", acrescentou.