O Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse hoje que era previsível um agravamento do défice orçamental no primeiro trimestre, situando-se agora nos 7,9 por cento do PIB, comentando os dados divulgados hoje pelo INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice agravou-se para 7,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ficando acima da meta de 4,5 por cento prevista para o final do ano e acima dos 7,5 por cento verificados em igual período de 2011.
"Esses dados eram previsíveis, sendo que a boa notícia é a de que existe um corte real na despesa", disse Relvas, tendo observado que "a redução da receita também é uma realidade".
Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração do Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação, o governante desvalorizou a importância dos números apontados pelo INE para o 1.º trimestre de 2012.
"São números que não refletem, por um lado, os impostos que foram aumentados o ano passado e não refletem, do lado da despesa, os cortes no 13.º e 14.º mês, que serão refletidos ao longo do ano", declarou, vincando que "as contas fazem-se no final do ano" e que "estas apenas dizem respeito aos primeiros três meses".
Miguel Relvas disse ainda que, na vida pública, "todos têm de estar preparados para as pessoas que gostam ou não gostam de determinadas medidas", aludindo às vaias de hoje ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, tendo assegurado que o Governo "tem consciência da situação delicada em que o país se encontra e das medidas difíceis que têm de ser tomadas, porque no passado não foram assumidas".
Segundo defendeu o governante, "Portugal precisa de uma estratégia, está hoje muito melhor do que há um ano atrás, recuperou a sua credibilidade e nunca escondeu as dificuldades" aos portugueses.
"As medidas difíceis que estamos a tomar vão permitir que os portugueses possam viver melhor dentro de 2, 3 ou 4 anos", vaticinou.