Lukas Rosol é checo. Lukas Rosol tem 26 anos e nasceu a 24 de Julho de 1985 em Brno, uma cidade mais conhecida pelas provas de motores do que pelo ténis. Lukas Rosol é profissional desde 2004 mas nunca ganhou um título ATP. Lukas Rosol nunca foi melhor do que 65.º no ranking ATP e entrou em Wimbledon num lugar redondo – 100.º
Lukas Rosol já derrotou uma vez Rui Machado, Frederico Gil e Gastão Elias, mas também já perdeu uma vez com os dois primeiros. Lukas Rosol nunca foi além de uma terceira ronda num Grand Slam (Roland Garros-2011) e em Wimbledon nunca tinha ido passado da primeira ronda, mas do qualifying. Lukas Rosol, Lukas Rosol, Lukas Rosol. Desculpe a insistência, mas já decorou este nome, que até ontem era semi-desconhecido? É que Rafael Nadal, o temível tenista espanhol, já o fez.
À entrada para a segunda ronda (e aqui não é do qualifying), Nadal decerto esperaria ter um jogo tranquilo. O primeiro set com Bellucci na primeira ronda (esteve a perder por 0-4) parecia ter sido apenas um grão de areia na engrenagem (7-6, 6-4 e 6-3), mas Rosol acordou com outra ideia na mente. E nem o facto de Rafael Nadal não perder na segunda ronda de Wimbledon desde 2005 (Gilles Muller, 69.º mundial na altura) o pareceu incomodar.
Agora sim, deixamos de insistir no nome do tenista checo que é a nova sensação do ténis mundial. O jogo até começou melhor para o espanhol, apesar de só ter conseguido conquistar o set no tiebreak – com 11-9 no desempate. Mas depois, o checo, o herói, a revelação começou a mostrar que tinha capacidade para fazer a diferença. Venceu o segundo por 6-4 e voltou a aplicar o mesmo parcial no set seguinte. De um momento para o outro, com a luz natural a desaparecer, Rafael Nadal estava a um pequeno passo de ser eliminado. E foi aí que o número dois mundial retomou o domínio do jogo, não só com o 6-2 no quarto set mas também com um aparente desequilíbrio emocional de Rosol (não resistimos).
Com 2-2 no marcador, o árbitro decidiu suspender a partida por trinta minutos, de forma a que fosse possível ligar as luzes e continuar já com a cobertura do tecto amovível. Esperava-se que Nadal confirmasse o favoritismo mas em vez disso, o tenista checo partiu para uma vitória estrondosa por 6-4, num set em que perdeu apenas dois pontos nos seus cinco jogos de serviço. “Não sei o que dizer. Talvez mais tarde consiga. Foi o melhor jogo da minha vida. Antes do jogo, pensava apenas em fazer três bons sets”, explicou logo a seguir à vitória. Já Nadal criticou o tempo de demora e questionou a necessidade de recorrer à cobertura quando bastaria, segundo ele, ligar as luzes.