A questão da Maçonaria tem estado centrada na parte política, depois da notícia, esta quinta-feira, do “Público”, que dava conta da ligação do presidente e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD à loja maçónica Mozart49, da qual fará parte, também, o presidente do grupo Ongoing, Nuno Vasconcellos. Mas este gestor, em comunicado interno do grupo Ongoing (que detém o “Diário Económico” e a “Económico TV”) a que o i teve acesso, centrou a questão na “guerra” que mantém com Francisco Pinto Balsemão, dono da Impresa, que detém a SIC e o “Expresso”, entre outros E negou “ser a Maçonaria”.
“Somos vítimas recorrentes de uma força de poder instalada, que, inaceitavelmente, ao longo dos anos se permite, sem escrutínio nem contraditório, ditar moralidade e ética para cima de tudo e de todos, como se os seus próprios comportamentos fossem de tal forma irrepreensíveis que imunes a qualquer critica”, pode ler-se no texto enviado aos funcionários do Grupo Ongoing. Mas, para que não fiquem dúvidas, o texto acusa explicitamente Pinto Balsemão: “Somos vitimas do cumprimento da ameaça feita por Pinto Balsemão, na entrevista que concedeu à jornalista Cristina Ferreira, no Jornal Público, no passado dia 6 de Agosto, de que ‘a Ongoing há-de pagar’. E estamos a pagar. Todos os dias, no constante ataque que a Impresa directamente nos faz ou, indirectamente, através das suas estruturas de influência”.
Apesar de não ter sido o “Expresso” a avançar com as notícias das ligações maçónicas entre o PSD e a Ongoing, a empresa de Vasconcellos acusa especificamente o semanário de “surpreendente capacidade imaginativa e especulativa”. Em Julho, o “Expresso” noticiava ligações entre membros das secretas e a Ongoing, nomeadamente por parte do ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, com eventual passagem de informação à Ongoing, indo depois trabalhar para Vasconcellos.
A par disto, Impresa e Ongoing mantêm uma acesa disputa empresarial. A Ongoing detém 23% do capital da Impresa e quer ter mais intervenção na gestão de Pinto Balsemão, nomeando um administrador. O verniz com Vasconcellos (filho de Luiz Vasconcellos, que foi “braço direito” de Balsemão) estalou oficialmente em Abril, depois de uma assembleia-geral em que a Ongoing falhou o objectivo de entrar no conselho de administração. Após ter interposto uma providência cautelar, o Tribunal de Comércio anunciou em Dezembro que Vasconcellos não tinha razão.