CGTP aguarda contrapropostas sobre salário mínimo

CGTP aguarda contrapropostas sobre salário mínimo


“Não pensem que nós aceitamos que se vá protelar a resolução do SMN”, diz Arménio Carlos.


O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) mostrou-se esta terça-feira aberto a negociar a sua proposta de um salário mínimo nacional (SMN) de 600 euros já em 2016, consoante as contrapropostas em sede de concertação social.

Arménio Carlos, após receber na sede da organização intersindical em Lisboa o candidato presidencial comunista, Edgar Silva, foi questionado sobre as notícias que dão conta de abertura para um aumento faseado do SMN, nomeadamente no âmbito das conversações sobre uma alternativa governativa entre PS, BE e PCP.

"Não pensem que nós aceitamos que, a pretexto agora desta discussão, se vá protelar a resolução do SMN. Tem de ser actualizado, é da responsabilidade do Governo fazê-lo todos os anos e, no dia 1 de Janeiro, tem de haver um novo SMN. O valor… estamos disponíveis para o discutir. Os outros entretanto que se disponibilizem para dizer o que pretendem", afirmou.

A CGTP, tal como o programa eleitoral da Coligação Democrática Unitária, que juntou comunistas e ecologistas, previa o aumento do SMN dos actuais 505 euros para 600, já no próximo ano.

"Vamos aguardar pelas contrapropostas das confederações patronais e, eventualmente, do novo Governo ou da Assembleia da República e da nova maioria que venha a ser constituída. A partir desse momento, da análise, cá estaremos para dialogar e negociar. Nessa fase, podemos dar resposta à pergunta que nos fazem", continuou, reafirmando a disponibilidade para o diálogo e "para dizer se se deve reformular ou não a proposta".

"Quando os outros nos disserem o que pretendem, cá estaremos. É assim que se negoceia", concluiu Arménio Carlos.

O membro do comité central do PCP e candidato à Presidência da República, Edgar Silva, afirmou que o chefe de Estado "não pode desconhecer nem ser indiferente à realidade de milhares e milhares de portugueses que vivem na pobreza", argumentando que "uma condição indispensável" passa pelo "aumento dos rendimentos, dos salários".

"Aumentar o salário mínimo é incontornável para vencer esta canga que oprime milhares de homens e mulheres neste nosso país. Quem não se resigna com esta situação – a pobreza não pode ser encarada como um fatalismo -, não pode deixar de estar comprometido com o aumento imediato do SMN. OS 600 euros não podem ser um patamar último, mas são um primeiro degrau para objectivos de justiça social", disse.

Lusa