Montepio passa de lucro a prejuízo de 59,5 ME nos primeiros nove meses do ano

Montepio passa de lucro a prejuízo de 59,5 ME nos primeiros nove meses do ano


Banco registou um resultado líquido negativo de 59,5 milhões de euros entre Janeiro e Setembro.


O Montepio Geral registou um resultado líquido negativo de 59,5 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, quando em igual período de 2014 tinha apresentado um lucro de 19,5 milhões de euros, informou hoje o banco mutualista.

O banco liderado por José Félix Morgado realçou em comunicado que, apesar do prejuízo apurado, em termos recorrentes houve uma melhoria do resultado líquido de 211,5 milhões de euros para -130,5 milhões de euros (contra o resultado líquido recorrente de -342 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014).

Isto, porque houve uma redução de 224 milhões de euros nos resultados de operações financeiras, que atingiram 145,7 milhões de euros, "devido ao menor contributo dos resultados da alienação de títulos de dívida pública portuguesa", justificou o Montepio.

No período homólogo do ano passado, o banco mutualista tinha atingido 369,7 milhões de euros nos resultados de operações financeiras, determinantes para o lucro então registado.

Deste valor, 361,5 milhões de euros foram oriundos da venda de títulos de dívida pública portuguesa, enquanto que, entre Janeiro e Setembro, o valor apurado nestas operações ficou-se pelos 71 milhões de euros (menos 290,4 milhões de euros).

"Assim, é de realçar que, excluindo o impacto da alienação dos referidos títulos, os resultados de operações financeiras registaram um aumento de 66,4 milhões de euros em Setembro de 2015 face ao período homólogo", vincou o Montepio no documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Além deste factor, a instituição sublinhou que "para a melhoria dos resultados recorrentes contribuiu o acréscimo de 6,8% nos resultados com comissões do segundo para o terceiro trimestre de 2015, bem como a política de redução ao nível dos gastos operacionais da actividade doméstica (-0,9%), contribuindo para o decréscimo de 6,6% dos gastos operacionais do grupo, do segundo para o terceiro trimestre de 2015".

E salientou: "Estes efeitos compensaram a redução do volume de negócios, decorrente da lenta e ainda frágil recuperação da economia nacional, que se reflecte na redução de 5,3% do crédito líquido a clientes", cujo total se fixou nos 14.597,4 milhões de euros.

Já o custo do risco reduziu-se para 1,6% "em resultado da redução da imparidade de crédito, a qual diminuiu 42,2% para 202,6 milhões de euros", frisou a entidade.

Sobre os depósitos de clientes, o banco apontou para a sua "consolidação" nos 9 mil milhões de euros.

O rácio de transformação de créditos em depósitos fixou-se em 116,56% no final de Setembro, contra os 110,21% dos primeiros nove meses do ano passado.

O rácio de capital 'common equity tier 1' (phasing in), isto é, segundo as regras transitórias, foi de 9,30%.

"Este reforço da solvabilidade foi obtido através do efeito combinado da subida dos fundos próprios de base e complementares em 61,1 milhões de euros e 121,4 milhões de euros, respectivamente, bem como da descida dos activos ponderados pelo risco em 628,5 milhões de euros", realçou o Montepio.

O banco mutualista acrescentou que "este efeito resulta da concretização de medidas estratégicas que conduziram à mitigação dos riscos e a um menor consumo de capital do balanço da Caixa Económica".

Lusa