O voo TK 1450 da Turkish Airlines tinha como destino Telavive, onde o FCPorto vai disputar, na próxima quarta-feira, uma partida contra a equipa do Maccabi a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Antes da chegada a Israel estava prevista uma escala em Istambul (Turquia). Mas a cerca de metade da viagem o comandante considerou que não estavam reunidas todas condições de segurança necessárias para prosseguir e acabou por forçar o avião a um desvio e a aterrar de emergência em Roma.
Na origem da decisão esteve o comportamento de membros da claque Super Dragões, que se dirigiam para Telavive para assistir ao jogo e que terão provocado a desordem no interior do avião e espalhado o receio entre os restantes passageiros.
Os desacatos começaram quando um passageiro turco se mostrou desagradado com a forma como os adeptos portistas se dirigiram a uma hospedeira de bordo e confrontou os portugueses. Segundo o diário desportivo “O Jogo”, “houve um problema entre os referidos adeptos e uma hospedeira que levou à reacção de um passageiro turco. A confusão instalou-se, havendo lugar a troca de insultos. O avião acabou por não seguir até Istambul, aterrando de emergência na capital italiana”.
Já em terra, a polícia entrou na aeronave e levou quatro adeptos portistas para a esquadra do aeroporto. O momento foi registado por vários passageiros com os seus telemóveis. Os infractores acabariam por ser libertados ao fim de duas horas sem ter pagar multa nem quaisquer outras condicionantes, avançou ainda “O Jogo”.
Atripulação também teve de prestar declarações, só podendo o voo ser retomado por volta das 20h15 (hora de Lisboa) após uma longa espera. Os adeptos detidos não seguiram, no entanto, a bordo do mesmo avião rumo a Israel, ficando no aeroporto à espera de nova ligação.
Com três décadas de existência, os Super Dragões são a maior e mais antiga claque do FCPorto e têm no seu historial – como a maioria das claques, aliás – alguns episódios de violência, nomeadamente nas deslocações da equipa, em que ficaram célebres os danos provocados em áreas de serviço.
São conhecidas, por exemplo, as ligações da claque ao gangue da Ribeira. Em 2007, o líder da claque, Fernando Madureira, viu o seu nome envolvido nas notícias do homicídio do empresário Aurélio Palha, por ter jantado com a vítima na noite do crime e pelas suas ligações a Bruno Pidá, um dos suspeitos, a quem terá emprestado o automóvel. Em 2010 Madureira foi condenado a um ano de pena suspensa por resistência à PSP.