Os dois naufrágios que ocorreram esta sexta-feira junto à costa das ilhas gregas de Kalymnos e Rhodes, no mar Egeu, provocaram pelo menos 22 mortes, entre as quais de 13 crianças, tendo sido salvas 144 pessoas, revelaram as autoridades.
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Esta madrugada, um barco de madeira, em que viajavam mais de 100 pessoas, afundou-se ao largo das ilhas de Kalymnos e Kalolimnos, enquanto outra embarcação se encontrava à deriva no norte de Rhodes.
As operações de salvamento, em que foram resgatadas pelo menos 144 pessoas, têm vindo a ser dificultadas pelos fortes ventos no Mediterrâneo.
Em Kalymnos, as autoridades recuperaram os corpos de 19 migrantes, entre os quais seis mulheres, oito crianças e dois bebés. Testemunhas citadas pelas autoridades gregas relataram que pelo menos 150 pessoas tentavam chegar à costa da ilha de Kalymnos provenientes da Turquia num dos barcos.
Foram salvas 138 pessoas e as autoridades mantêm as buscas para encontrar eventuais desaparecidos.
Um outro barco naufragou ao largo de Rhodes, provocando a morte a três pessoas, uma mulher, uma criança e um bebé, estando outras três pessoas desaparecidas, enquanto seis foram salvas.
Estes novos dramas juntam-se a uma série de naufrágios ocorridos quarta-feira ao largo de Lesbos e Samos, cujo balanço provisório de mortes é de 17, entre as quais 11 crianças.
Durante o mês de Outubro, o número de mortos do êxodo para a Europa encontrados em águas gregas do mar Egeu foi de 68, a maioria crianças, de acordo com um relatório elaborado pela de noticias France Presse (AFP) com base em dados fornecidos pela policia grega do porto.
Quatro barcos da guarda costeira grega, um navio da Frontex e um helicóptero Puma participam nas operações no mar Egeu.
As críticas das associações humanitárias têm-se multiplicado à actuação da Frontex – Agencia Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia – acusada de falta de capacidade de resposta para salvar vidas.
Reagindo aos últimos acontecimentos, o Alto Comissário para os Refugiados exprimiu quinta-feira a sua “profunda inquietação”, sublinhando que o “agravar das condições meteorológicas” agravam a sorte dos migrantes.
Por seu turno, o governo grego lançou um apelo à Europa para garantir a segurança dos refugiados, proporcionando-lhes acesso legal aos países da União Europeu.
Desde o início do ano, mais de 560.000 migrantes e refugiados chegaram à Grécia por mar, de um total de 700.000 que chegou à Europa pelo Mediterrâneo, segundo a organização internacional para as migrações (OIM). Mais de 3.200 pessoas morreram nessas travessias.
Lusa