No final do século XIX, o nosso país foi afectado por uma praga (filoxera, um insecto que se desloca na terra e come todas as raízes da videira) que atacou e matou quase todas as vinhas em Portugal. A crise foi enorme neste sector agrícola e comercial.
De França chegou um tal sr. Martell que replantou muitas das vinhas do Ribatejo e Estremadura. Daí a designação conhecida de “vinho a martelo”, que é hoje conotado com vinhos de baixa qualidade, fruto de vinhas de qualidade inferior.
O paralelo é notório com o que vemos hoje na política nacional: o sr. Martell de cá, o dr. António Costa, resolveu plantar um conjunto de videiras diferentes no nosso território.
Se a definição de castas (do latim) obedece a um princípio de “pureza e sem mistura”, como catalogar esta miscelânea que a esquerda aparentemente se propõe fazer?
O povo dirá, seguramente, que esta coligação das esquerdas será uma coligação a martelo.
Costa quis ir pelo caminho mais longo, foi ao encontro das esquerdas porque só aí podia ser alguém.
Costa não se conformara com a copiosa derrota que teve a 4 de Outubro, seria incapaz de se vergar perante Passos Coelho e Paulo Portas, seria incapaz de abandonar a liderança que conquistou por um acto de traição a Seguro, porque a palavra dignidade nada lhe diz.
Costa pensou, pensou e encontrou a solução: colocar nos ombros da esquerda o ónus de um não acordo.
Prontificou-se a unir o que, na matriz democrática dos três partidos (PS, PCP e BE), nem a ciência conseguiria fazer.
A restante esquerda (PCP e BE) caiu logo na esparrela. Iniciaram um diálogo a medo, com o único intuito de derrubar quem ganhara de forma clara e inequívoca as últimas legislativas, desprezando a vontade popular de mais de dois milhões de votos que escolheram a coligação para governar.
Estava assim encontrado o sr. Martell de cá. António Costa prometia uma rutura com o passado, não por tentar encontrar uma coligação à esquerda, mas por não respeitar o voto popular.
O sr. Martell de cá já anunciou um acordo que não tem, nem com o PCP nem com o BE.
O sr. Martell de cá anunciou que apresentará esse mesmo acordo no dia 10 de Novembro.
O sr. Martell de cá resolve assim entalar Jerónimo, que desconfortavelmente foi à TVI dar uma entrevista, antevendo já as consequências políticas terríveis que trará ao seu partido fazer parte deste acto. Será sempre o último acto político de Jerónimo no PCP.
O PCP e o BE sempre foram partidos democratas? Não, nunca em tempo algum. A democracia para eles é uma coisa simples: 18,5% das pessoas que votaram neste aglomerado de partidos são portugueses de primeira, os 39% que votaram na coligação são simplesmente estúpidos.
O sr. Martell de cá comunga desta exacta perspectiva.
Estamos, assim, no início de um cenário muito perigoso na história democrática em Portugal. Estes “Godzillas” da política portuguesa querem destruir, terraplanar, para depois dominarem a seu bel-prazer aquilo que nunca lhes foi conferido pelo punho do povo.
A história está feita e repleta de monstros. Todos eles tiveram um fim trágico.
Resta agora ao sr. Martell de cá (António Costa) começar a engarrafar a sua colheita, aplicar a lei da rolha e distribuir ao povo o seu néctar, até que este fique ébrio e sem memória do golpe a que está a assistir.
Tchim tchim!
Deputado do PSD
Escreve à sexta-feira