Síria. Exército de Assad está às portas da cidade histórica de Palmira

Síria. Exército de Assad está às portas da cidade histórica de Palmira


Irão, aliado da Síria, vai participar amanhã no encontro de Viena com os EUA, Rússia, Turquia, Arábia Saudita, França e Iraque.


Com as tropas jihadistas enfraquecidas devido aos vários ataques russos, a Síria tem agora uma boa oportunidade para tentar recuperar a cidade de Palmira, que tem sido destruída aos poucos pelo Estado Islâmico (EI). 

A operação não será certamente facilitada pelo EI, que ainda detém a cidade.
Ainda esta semana, o grupo terrorista executou três pessoas na cidade de Palmira, amarrando-as a três colunas históricas e fazendo-as explodir.

Desde Maio, quando o Estado Islâmico conseguiu ocupar quase toda a cidade, que o exército sírio tem tentado retomar a cidade. Talvez agora, com a ajuda russa, seja mais fácil. 

Há um mês, o historiador britânico Robert Fisk disse que os ataques russos tinham como um dos objectivos recapturar Palmira e parece que as palavras de Fisk estão próximas de se tornar realidade. Resta saber se o exército sírio terá ou não sucesso na sua missão.

Conversações

As reuniões para se tentar arranjar uma solução para o conflito sírio continuam e, numa situação inédita, o Irão, que é aliado do regime de Bashar al-Assad, vai fazer parte da reunião que decorrerá amanhã em Viena para, mais uma vez, se procurar chegar a uma solução para o conflito. A notícia foi confirmada por um porta-voz do governo iraniano. “Analisámos o convite [por parte dos EUA] e foi decidido que o ministro das Relações Exteriores vai participar nas negociações”, disse.

No encontro estarão também presentes os chefes da diplomacia dos EUA, Iraque, Rússia, Arábia Saudita, França e Turquia.

“Penso que os líderes iranianos podem perceber que se trata de um convite multilateral genuíno para participar nas conversações sobre a Síria”, afirmou John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, que defende a forte necessidade desta reunião.

Até agora, devido à forte oposição de Washington e Riade, Teerão tem sido excluída das conversações internacionais que aconteceram em 2012 e 2014. Desde o início do conflito na Síria que a Rússia insiste na participação do Irão nestas conversações.

O destino do presidente sírio, Bashar al-Assad, continua a dividir Washington e Moscovo e será um dos assuntos abordados na reunião de amanhã.

Contudo, a presença iraniana preocupa a oposição síria.

“A presença do Irão irá complicar as conversações de Viena porque defenderá uma solução que mantenha Al-Assad. Também a intervenção russa pode obstruir uma solução política”, afirmou o vice-presidente da Aliança Nacional Síria, Hisham Marwa, à televisão Al-Arabiya, citado pela Reuters.

EUA Os Estados Unidos tencionam intensificar a presença militar em território sírio para conseguirem maior sucesso na luta contra o Estado Islâmico. A notícia foi avançada pelo secretário americano da Defesa, Ash Carter. O apoio militar estender-se–à também ao território iraquiano.

O secretário da Defesa detalhou que as “mudanças” estarão centradas em reforçar a campanha contra os jihadistas na província síria de Al-Raqqah e em Ramadi, capital da província iraquiana de Al-Anbar.

Carter usou como exemplo a operação militar americana que, na semana passada, libertou 70 reféns curdos dos jihadistas do Estado Islâmico e acusou ainda a Rússia de “alimentar a trágica guerra civil”.