Presidente APB defende que o governo não deve ser “hostil à banca”

Presidente APB defende que o governo não deve ser “hostil à banca”


Faria de Oliveira não tem dúvidas de que “o sistema bancário necessita absolutamente de confiança”.


O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) defendeu esta quarta-feira que o novo Governo, seja ele de esquerda ou de direita, deve “garantir a estabilidade do sistema bancário” e não pode ser "hostil à banca, designadamente à privada”.

Fernando Faria de Oliveira destacou que um Governo “tem a obrigação de procurar encontrar as soluções que mais contribuam (…) para o progresso, para mais crescimento e melhores condições de vida dos portugueses”.

O presidente da APB falava aos jornalistas no final da conferência “Sector Bancário Português: a Supervisão e a Regulação. Que regras para uma efectiva estabilização do sistema financeiro e a recuperação da sua credibilidade”, que hoje assinalou, no Porto, o 37.º aniversário da UGT.

“Independentemente do Governo, creio que o que mais desejamos é que o Governo governe bem, que actue de maneira a poder contribuir para que Portugal progrida, se aproxime mais dos países do centro da Europa, e não ande para trás, para se tornar numa curva da Europa”, sustentou.

Para o responsável, o que é fundamental é que “sejam devidamente ponderadas e sejam tomadas as iniciativas conducentes a um clima de estabilidade”.

“Ainda temos muitas vulnerabilidades no país, temos que prosseguir o caminho do crescimento mantendo os nossos compromissos internacionais, é indiscutível que o temos que fazer. Desde que isso esteja assegurado, como português, o que desejo é que o próximo Governo nos governe o melhor possível”, acrescentou.

Faria de Oliveira não tem dúvidas de que “o sistema bancário necessita absolutamente de confiança”.

“Nós vivemos numa economia de mercado e a experiência empírica, a história, demonstra-nos que se no domínio político a democracia é o melhor dos sistemas, no domínio económico a economia de mercado é quem gerou mais riqueza”, disse, acrescentando que a “confiança nas instituições e a estabilidade são vectores fundamentais para o sector bancário”.

Faria de Oliveira destacou que “o importante é que essas condições se criem” e que “sejam devidamente ponderados todos os factores que podem manter [o país] numa situação de incerteza e de instabilidade”, escusando-se a fazer mais “considerações sobre opções de natureza política”.

O presidente da APB considerou ainda que Portugal e a Europa estão “a viver uma nova era”, no domínio político como no económico, e apontou a “fragmentação política, com surgimento de novos partidos e a diminuição da posição dos partidos anteriores”, como um dos factores que “conduz a maiores dificuldades de governabilidade”.

Esta manhã, à entrada para a iniciativa da UGT, Fernando Faria de Oliveira já tinha destacado a importância da "estabilidade" e da "confiança" para o sistema bancário, considerando que o novo Governo "tem uma base de continuação do anterior", com alguns novos nomes "fortes".

Lusa