A primeira iniciativa parlamentar do PSD e CDS visa dividir a esquerda através da discussão dos tratados europeus. Os partidos da coligação queriam que os debates ocorressem antes mesmo dos dois dias de debate do programa do governo, a 9 e 10 de Novembro, já na próxima semana para clarificar as posições de PS, BE e PCP face aos compromissos europeus. Mas a esquerda votou contra o arranque nos plenários antes do programa do governo
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O projecto de resolução da coligação entra esta quarta-feira no parlamento e “reafirma o cumprimento dos principais compromissos de Portugal no Tratado Orçamental europeu e no processo de construção europeia”, disse Luís Montenegro.
O líder parlamentar do PSD disse que a proposta de arrancar já com os plenários na Assembleia da República “foi bloqueada pela coligação negativa do PS, PCP, BE e Verdes” na reunião da conferência de líderes parlamentares. A ideia latente era explorar as divergências entre as forças de esquerda que estão a negociar um acordo político e que em matérias europeias têm tido posições públicas diferentes.
Montenegro diz que “Portugal não pode ficar na incerteza, nem os parceiros europeus”, para justificar o debate que PSD e CDS queriam fazer já na próxima semana no parlamento. Era importante que os representantes do povo dessem tranquilidade pública em relação ao cumprimento dos principais compromissos do país”. Neste ponto, o líder parlamentar do PSD acrescenta que “PS tem divergências relativas ao modelo económico-social com a coligação, mas há mais proximidade entre o programa eleitoral do PS e o da coligação do que com o do BE e do PCP”, onde “há, à partida, diferenças inconciliáveis”.
A ideia era expor esta divergência em que a direita tem insistido ainda antes do debate do programa do governo que já conta como certa a apresentação de moções de rejeição dos partidos da esquerda. Mas PS, BE e PCP votaram contra o debate, com a socialista Ana Catarina Mendes a invocar o regimento e o artigo sobre a prioridade na fixação da ordem do dia. De acordo com o texto que apontou, o programa do governo é um dos assuntos com prioridade de agendamento.