Galatasaray-Benfica. Ao ritmo de João Pereira

Galatasaray-Benfica. Ao ritmo de João Pereira


O benfiquista vence este domingo uma etapa da Taça do Mundo de triatlo na Turquia e estende a passadeira (vermelha, claro está) à equipa de Rui Vitória.


Mil e quinhentos metros de natação, 41,2 km de ciclismo e 10 km de corrida. Uffff, que canseira. É isso.E é um desporto. Olímpico e tudo. Na última etapa da Taça do Mundo, em Antalya (Turquia), um homem de 28 anos vestido à Portugal nada, pedala e corre como mais ninguém. Faz uma hora, 45 minutos, dez segundos e corta a meta à frente de todo o mundo, personificado pelo norueguês Kristian Blummenfelt (1:45.21) e pelo canadiano Kyle Jones (1:45.27) nos três primeiros.

De ouro no peito, João Pereira festeja, obviamente. É um momento glorioso para Portugal, nunca mais celebrado desde 2010 (JoãoSilva no México). E o homem é de quem? Ben-fi-ca. E onde joga hoje o Benfica? Na Tur-qui-a. É o mundo das coincidências a funcionar.

E é em Antalya? Não, é mais Istambul, no bairro chique de Sisli, parte europeia da capital turca.Daí a Antalya ainda é um esticão de 719 km. É considerável. Qualquer coisa como oito horas e tal de carro. Se for natação, ciclismo e corrida, é um nadinha mais demorado. Palavra de honra. E de trialista.

Em Istambul joga-se à bola.De um lado, o Benfica. E do outro? Ga-la-ta-sa-ray. O nome é foneticamente divertido, sem dúvida. E o resto? O estádio é novo em folha, inaugurado em Janeiro de 2011. Bon Jovi enche-o, Madonna idem idem.

Esta noite, mais um concerto.Afinado?

O Benfica está imparável na Liga dos Campeões, com 2-0 aoAstana na Luz e 2-1 aoAtlético em Madrid. O melhor em campo nesses 180 minutos? Gaitán. O argentino veste o fato de gala e indica o caminho da vitória nos dois jogos com golos e assistências. Mestre. Dois jogos, duas vitórias. E três jogos, três vitórias? Seria inédito na história do Benfica – que não a de Portugal (Porto 96-97: Milan 3-2, IFK 2-1, Rosenborg 1-0).

Diz Rui Vitória: “O que importa é a história do Benfica e o Benfica fazer história. Isso tudo sobrepõe-se a histórias individuais, à minha ou à dos jogadores. Não estou preocupado em fazer história e em bater esse recorde, mas sim em que o Benfica conquiste os três pontos.” Se tal acontecer, é a segunda vitória seguida fora de casa. É inédito? Naaaaaaão, também não. Na era Jorge Jesus, em 2011-12, o Benfica ganha 1-0 ao Otelul Galati em Bucareste (Bruno César) e 2-0 em Basileia (BrunoCésar e Cardozo).

E o Galatasaray, como vai? Um ponto apenas, conquistado no Cazaquistão(Astana), culpa do autogolo do lateral francês Carole ao cair do pano. Carole?Esse mesmo, o esquerdino do Benfica em 2010-11.Em seis jogos, três vitórias e um autogolo (vs. Paços).É o cúmulo da regularidade. Emprestado aoSedan (França), volta ao Benfica para jogar um ano nos bês.Segue-se Troyes (França) em 2013-14 e agora Galatasaray. E joga? De certeza absoluta. Como assim?

Hamza Hamzaoglu, o treinador turco nascido na Grécia, revela o onze a 24 horas do jogo. “O nosso onze é Muslera, Sabri, Chedjou, Hakan, Carole, Kısa, Selçuk, Sneijder, Podolski, Yasin e Umut.” Destes, só um (Sabri) joga de início no único duelo vs. Benfica, em Novembro de 2008 – na altura, a fase de grupos da Liga Europa só tem jogos a uma volta, daí a ausência da desforra em Istambul. Na Luz, acaba 2-0 para os visitantes. Se se repetisse hoje, o Benfica estaria bem afinado. Ao ritmo de João Pereira.
 

Galatasaray-Benfica às 19h45 na SportTV1