Jean-Jacques Annaud ficou escandalizado quando não lhe permitiram concorrer ao Óscar do melhor filme estrangeiro pela China, com este “A Hora do Lobo”.
Para ele é claro que o cinema tem a pátria das histórias que conta e que as bandeiras não dividem nada. Estamos perante uma história chinesa, que nos mostra o confronto das utopias humanas com a natureza e as tradições. Mas essa viagem vai revelar-nos, a nós humanos, algumas questões essenciais que se prendem com o nosso presente e possível ausência de futuro.
Um jovem vai para uma aldeia mongol durante a revolução cultural para ensinar os habitantes de uma aldeia. A vida mostra-lhe o óbvio, que é ele que tem mais a aprender. Um grande exercício de cinema em que apenas talvez um excesso de dispositivos faça com que o filme não atinja a perfeição, por vezes uma banda sonora demasiado intensa estraga a força que chega das imagens.
Uma parábola sobres os perigos da nossa civilização tecnológica, baseada num dos primeiros romances chineses, com milhões de livros vendidos por toda a China, a abordar as questões da ecologia e da destruição do meio ambiente. No filme participaram homens e animais e o realizador garante que alguns dos lobos eram excelentes actores.
"A Hora Lobo”
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De Jean-Jacques Annaud
Com Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa