Os magistrados e os políticos foram a classe/grupo profissional cujas remunerações mais subiram entre Outubro de 2011 e Abril de 2015. De acordo com a análise do i aos dados publicados pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em Abril (o mês mais recente com dados disponibilizados) os magistrados auferiam um ganho médio mensal de 5238 euros, o que representa um acréscimo de 905,9 euros em relação a Outubro de 2011 (o primeiro mês em que a DGAEP começou a divulgar esta informação).
O ganho médio mensal abrange a remuneração-base, prémios, subsídios ou suplementos regulares e remuneração por trabalho suplementar.
No caso dos representantes do poder legislativo (e de órgãos executivos), a remuneração média total foi de 2052,5 euros em Abril, ou seja, mais 311,3 euros do que ganhavam em Outubro de 2011.
Em contrapartida, os grupos profissionais que mais dinheiro perderam no período em análise foram os médicos, os conservadores e notários e os enfermeiros. No primeiro caso, os dados daDGAEP indicam que auferiam 3311,10 euros, o que traduz um decréscimo de 671,1 euros. Já os conservadores e os notários perderam 297,1 euros neste período, passando a auferir agora 3606,80 euros. No caso dos enfermeiros, o ganho médio mensal de 1476,40 euros em Abril representava menos 189 euros que em Outubro de 2011.
Em resumo, 15 grupos profissionais viram o seu ganho médio mensal aumentar – dirigentes, superiores (285,6 euros); docentes do ensino superior universitário (103,8) e politécnico (180,8); forças de segurança (89,4); dirigentes intermédios (88,4); técnicos superiores de saúde (60,7); pessoal de investigação científica (32,4); professores do ensino básico e secundário e educadores de infância (22,2); forças armadas (22,1); pessoal de inspecção (18,7); técnicos superiores (17,3); informáticos (16,2); e polícias municipais (12,1) – enquanto 11 passaram a receber menos. Além dos já referidos, destaque para os diplomatas (menos 171,5 euros);os técnicos de diagnóstico e terapêutica (113,4); os bombeiros (79,7); os trabalhadores do fisco (54,8); os oficiais dos registos e notariado (47,9);os assistentes técnicos/administrativos (30,6); os oficiais de justiça (20,1); e os assistentes operacionais/operários/auxiliares (13,8 euros).
Salário-base A análise dos dados relativos só à remuneração mensal base – montante ilíquido (antes da dedução de quaisquer descontos) em dinheiro e/ou géneros pago com carácter regular e garantido aos trabalhadores no período de referência e correspondente ao período normal de trabalho – permite concluir que em 12 grupos profissionais se verificou um aumento no período em análise. Os magistrados e os políticos surgem mais uma vez à cabeça. Os 4479,80 euros que os magistrados ganhavam em Abril traduzem uma subida de 356,7 euros face a Outubro de 2011. Já os 2436,80 euros auferidos pelos representantes do poder legislativo representam um acréscimo de 227,3 euros.
Em sentido inverso encontramos 14 grupos ou categorias profissionais cujo salário-base é inferior ao de Outubro de 2011. No fundo da tabela aparecem também os médicos (menos 137,6 euros, para 2594,3), os técnicos de diagnóstico e terapêutica (108, para 1231,6) e os enfermeiros (menos 66, para 1298,9).
Da análise da diferença entre o salário-base e as remunerações médias globais pode concluir-se que os diplomatas são a classe que mais suplementos aufere, com um total de 6131 euros, seguidos, já de longe, pelos dirigentes superiores (com menos 834,7 euros) e pelos magistrados (menos 758,2). Em contrapartida, os professores do ensino básico e secundário e os educadores de infância são o grupo profissional em que a diferença entre os dois tipos de remuneração é mais pequena (99,6 euros). Aseguir surge o pessoal de investigação científica, com menos 113,5 euros, e os docentes do ensino superior universitário e politécnico (107,3 e 108,5 euros, respectivamente).
Analisando as diferenças entre os dois tipos de remuneração registadas em Abril deste ano e as que se verificavam em Outubro de 2011 conclui-se que em 16 grupos profissionais a diferença aumentou e em dez diminuiu. Os magistrados foram a classe em que mais subiu (549,2 euros), e os médicos aquela em que mais desceu (533,5 euros).