O Hospital de Gaia garantiu esta quarta-feira que não há, neste momento, nos seus cuidados intensivos doentes infectados com a bactéria, identificada em Agosto naquela unidade, que contaminou 30 pessoas, das quais oito acabaram por morrer.
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De acordo com a Coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infecção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG/E), Margarida Mota, actualmente estão identificados 30 doentes com a bactéria, dos quais oito apresentavam evidência clínica de infeção, sendo os restantes considerados portadores assintomáticos.
“Verificou-se a ocorrência de oito óbitos. Contudo, a causa dos mesmos não pode ser atribuída directamente a esta infecção dada a complexidade e gravidade dos quadros clínicos de base (situações oncológicas e de elevada comorbilidade)”, afirmou a responsável.
Revelada hoje pelo Jornal de Notícias, esta situação de infecção pela bateria Klebsiella Pneumoniae foi detectada a 7 de Agosto.
Em comunicado enviado à Lusa, Margarida Mota refere que “todos os doentes internados que se encontram sinalizados estão em regime de isolamento em unidade individual ou corte em enfermaria”.
De acordo com a responsável, após identificação do primeiro caso foi reforçada a capacidade do Laboratório de Microbiologia, nomeadamente através da aquisição de métodos específicos de identificação da bactéria (Biologia Molecular), do reforço da equipa nos turnos de fim-de-semana para resultados mais rápidos e procedeu-se à implementação de protocolo de rastreio de contactos.
Margarida Mota diz ainda que, entre outras medidas, se procedeu à notificação de estirpes à Direcção-Geral de Saúde (DGS) e iniciou-se o processo de análise do genótipo das unidades isoladas.
Sobre o risco de contágio para profissionais de saúde e outros doentes, a responsável refere que “segundo vários estudos publicados sobre o risco ocupacional, verifica-se que o mesmo é pouco significativo ou nulo, desde que asseguradas as medidas de precauções básicas”.
“Segundo a análise de rastreio de contacto entre doentes, verifica-se a ocorrência de 8 doentes positivos em 44 casos”, acrescenta.
Refere ainda que actualmente encontra-se em curso “a análise dos genótipos dos isolamentos efectuados”.
“Com base na análise dos dados actualmente existente, o caso índex terá sido um doente do foro cirúrgico, com complicações pós-operatórios e com necessidade de vários esquemas de antibioterapia. A presença de ferida exsudativa potenciou as vias de transmissão”, conclui.
Lusa