O caso dos Bourbon não é único. Muitas outras famílias reais e personalidades internacionais escolheram Cascais, e nomeadamente o Estoril, para viverem o seu exílio de luxo. Entre a lista de notáveis que se refugiaram em terras lusas constam os duques de Windsor, Edward Windsor e Wallis Simpson, que, em 1940, trocaram Paris pelo Estoril quando a capital francesa foi invadida pelos alemães. Cerca de um mês depois da chegada, os duques, que ficaram instalados na casa da família Espírito Santo, abandonaram o país rumo às Baamas, onde Edward ocupou funções de governador.
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Humberto II de Itália foi outro dos monarcas a passar por Cascais. Foi rei apenas durante um mês, facto que lhe valeu o nome de “rei de Maio”, tendo sido obrigado a passar os seus poderes após um referendo favorável à instauração da república em Itália. Em Portugal, corria o ano de 1946, foi a família Pinto Basto que o acolheu, tendo ficado instalado na actual Villa D’Este.
O rei Carol da Roménia, a grã–duquesa Carlota do Luxemburgo e a czarina Joana da Bulgária foram outras das personalidades ligadas ao poder que encontraram exílio em Portugal durante estas décadas. OEstoril “foi um local que tinha um pólo de atracção para os turistas devido às realezas que cá estavam”, relembra ao i António Muchaxo, dono da Estalagem Muchaxo e amigo do rei emérito Juan Carlos de Espanha.
Mas nem só com famílias reais se contam as histórias dos exilados no Estoril. Também Fulgêncio Baptista, ditador cubano, foi acolhido no nosso país, em 1959, após ter pedido asilo ao Brasil e aos Estados Unidos. Viajou para Lisboa e depois para a ilha da Madeira, mas acabou por ser no Estoril que se fixou. Também o escritor Stefan Zweig procurou o Estoril, na década de 30, para fugir ao regime nazi.