Ponto prévio: o empate 1-1 em Istambul não foi um mau resultado para o Sporting. Dito isto, os leões não ficam ilibados de terem novamente desperdiçado uma vantagem. Pela terceira vez em quatro jogos europeus nesta temporada, o Sporting começou a vencer mas não terminou com um resultado favorável no marcador. Se a curta vantagem deixava a igualdade a um pequeno passo, outra estatística apontava para aí: nos dois jogos anteriores na Turquia, o Sporting tinha empatado. Com 12 pontos ainda por disputar, a equipa leonina não está fora da corrida pelo apuramento. Mas a margem de erro vai-se reduzindo.
Com um golo cedo de Bryan Ruiz, o Sporting podia ter embalado para uma vantagem maior. Só que Teo Gutiérrez tinha a mira desafinada e o 2-0 nunca chegou. O Besiktas renasceu na segunda parte e Töre fez aquilo que o colombiano não conseguiu: um golo. Se os leões tinham sido claramente superiores na primeira parte, agora o_2-1, a acontecer, estaria sempre mais perto para os turcos. Além das contas da qualificação, este é mais um motivo para o empate não ter um sabor assim tão amargo. Mas se puxarmos o filme atrás, também é preciso dizer que o Sporting fez o suficiente para construir uma vantagem de dois ou três golos mais cedo no jogo. E, nessa perspectiva, o 1-1 azeda um pouco mais.
Ruído de fundo O Sporting voltou a ter uma semana atribulada fora dos relvados. Depois do longo discurso de Bruno de Carvalho na assembleia geral, veio a divulgação pública do contrato de Jorge Jesus e de documentação sobre as negociações por Danilo, Cervi ou Mitroglou. As fugas de informação voltaram a acontecer na véspera de uma eliminatória europeia. Não é fácil trabalhar descansado em Alvalade, deve ter pensado Jorge Jesus.
Longe das conversas laterais, o treinador leonino decidiu lançar pela primeira vez o jovem Matheus Pereira. Além disso, o jogo na Turquia marcou o regresso à titularidade de William Carvalho – apenas tinha realizado 21 minutos com o Boavista. Ewerton já esteve no banco, o que significa que JJ começa finalmente a ter todas as opções à sua disposição. Tobias Figueiredo, Jonathan e Mané foram as restantes opções na lógica de rotação do onze, que dá prioridade à Liga em vez dos compromissos europeus.
Teo, 0-2 Os leões não apanharam um ambiente escaldante na Turquia. Era o Besiktas que jogava em casa, mas foi o Sporting que entrou com enorme confiança no jogo. Aos 12 minutos, Teo falha isolado frente a Zengin, depois de um grande trabalho de Bryan Ruiz, que ontem jogou no meio, em apoio ao internacional colombiano. Apenas quatro minutos depois, o costa-riquenho arrancou um potente remate com o pé esquerdo, de fora da área, que só parou nas redes do Besiktas (a bola ainda tocou num adversário, traindo o guarda-redes).
O Sporting mantinha-se impecável na abordagem ao jogo, com William a marcar os ritmos e a experiência de Aquilani a fazer o resto. Nas alas, Matheus e Mané estavam demasiado discretos. William ainda procura ganhar ritmo competitivo, depois da longa paragem, mas alguns pormenores já avizinham o que se pode esperar dele. Aos 37, isolou Teo com um passe de mestre. O avançado falhou novamente na cara de Zengin.
Teo, 0-3 Mais cedo ou mais tarde, seria de esperar que o Besiktas acordasse. E o Sporting até teve novamente oportunidade para não deixar isso acontecer. A passe de Mané, Teo voltou a isolar-se na área turca. Resultado? Falhanço e 3-0 para o guarda-redes no Besiktas no duelo com o colombiano. Estavam decorridos 51 minutos. Jesus percebeu que o jogo estava a mudar e apostou em Adrien. Só que o golo do Besiktas chegou aos 61’, num passe fantástico de Sosa, concluído por Töre.
A partir daqui quase só deu Besiktas. É verdade que Rui Patrício nem teve muito trabalho, mas os leões arriscaram-se a sair de Istambul com uma derrota. Depois da excepção no Bessa (0-0), o Sporting voltou a sofrer golos pela nona vez em 11 jogos. Após a próxima jornada, em Guimarães, talvez a paragem do campeonato seja o que Jesus precisa para colocar esta equipa num nível mais alto.