Restauração. Empresários falidos não recebem subsídio de desemprego

Restauração. Empresários falidos não recebem subsídio de desemprego


Denúncia vem da AHRESP, que não consegue obter justificação por parte da Segurança Social.


Milhares de empresários forçados a encerrar os seus estabelecimentos nos últimos anos continuam sem receber o subsídio de desemprego a que têm direito desde o início deste ano.

Segundo a AHRESP, o fecho destes estabelecimentos foi, quase exclusivamente, provocado pelo aumento da taxa de IVA de 13 para 23%, a mais elevada do conjunto dos 19 países da Zona Euro e que, segundo dados da Comissão Europeia, coloca 60% das empresas nacionais em alto risco de falência.

O aumento da taxa, ainda segundo a mesma fonte, já levou à destruição de mais de 90 mil postos de trabalho e à falência de 30 mil empresas no sector, lançando para o desemprego milhares de trabalhadores, mas também milhares de empresários que agora vêem negado o acesso a um direito que é seu, e pelo qual a AHRESP lutou durante anos, ou seja, a protecção social dos trabalhadores independentes com actividade empresarial e membros dos órgãos estatuários das pessoas colectivas.

De acordo com a lei em vigor, desde Janeiro de 2015 que estes subsídios deveriam ter começado a ser atribuídos. Mas perante a situação, e quando confrontada com as insistências da AHRESP, a Segurança Social informou recentemente, que  começou a analisar estes pedidos “mas não há qualquer tipo de previsão quanto ao cumprimento dos pagamentos em dívida por parte do Estado”.

Perante esta resposta, a associação mantém que subsiste a «situação dramática e profundamente injusta para estes cidadãos, que investiram na economia, criaram emprego e que agora se encontram no limiar da sobrevivência.

A AHRESP exige também uma estratégia coerente com a mais-valia que este sector representa, a qual foi recentemente reconhecido pelo próprio governo através do Ministro Poiares Maduro, ao referir que a gastronomia «vale cerca de 20% do PIB». Este reconhecimento, defende ainda a associação, leva a que por si só, justifique a reposição a reposição do IVA para os 13% como medida fundamental para o crescimento económico nacional.