MRPP. “Morte aos Traidores” não passa de uma “metáfora”, diz CNE

MRPP. “Morte aos Traidores” não passa de uma “metáfora”, diz CNE


Frase usada em material de campanha do MRPP, que entretanto foi retirada, foi motivo de várias queixas.


A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou que “não constituiu qualquer tipo de crime” a frase “Morte aos Traidores” usada em material da campanha eleitoral do PCTP/MRPP, entendendo tratar-se de uma “metáfora”.

As várias queixas sobre a frase “Morte aos Traidores” usada no material de campanha do PCTP/MRPP, entretanto suspensa pelo partido, foi um dos assuntos analisado esta quinta-feira à tarde pela CNE.

O porta-voz da CNE, João Almeida, disse à agência Lusa que a Comissão Nacional de Eleições só pode analisar os tempos de antena (pagos pelo Estado), mas como o PCTP/MRPP já suspendeu do seu material de campanha eleitoral a frase, não se justifica uma notificação ao partido para retirar essa expressão.

João Almeida adiantou que a CNE “não encontrou matéria” que possa constituir “qualquer tipo de crime”, pelo que não vai remeter a questão para o Tribunal Constitucional.

O porta-voz da CNE disse, ainda, que “os visados não se queixaram”, não tendo o assunto “ultrapassado o nível de uma metáfora”.

O PCTP/MRPP anunciou hoje, em comunicado, que suspendeu do seu material de campanha eleitoral para as eleições legislativas de 4 de Outubro a frase “Morte aos Traidores”.

Numa acção de campanha esta quinta-feira na Covilhã, o candidato do PCTP/MRPP por Lisboa às eleições legislativas, Garcia Pereira, afirmou que a suspensão da frase "morte aos traidores" do material de campanha deste partido não isenta os traidores da morte certa.

Garcia Pereira limitou-se a explicar que a decisão de suspender a campanha foi tomada no sentido de dar respostas "às objecções suscitadas pela mandatária nacional para a juventude", Virgínia Valente, e que abrange todos os meios da campanha eleitoral, nomeadamente os tempos de antena.

Esta semana, em Palmela, Garcia Pereia, defendeu que é preciso "correr com os traidores da Pátria e recuperar a independência do país", o que causou várias críticas e indignação em vários sectores da sociedade.

Panfletos do partido para as eleições legislativas 2015 começavam com a frase “Morte aos Traidores! Fora do Euro”.

Lusa