Com a quase totalidade dos votos contados nas eleições regionais deste domingo na Catalunha, confirma-se a vitória da lista Junts Pel Sí, que alia o Convergência Democrática de Artur Mas à Esquerda Republicana (ERC) de Oriol Junqueras. A principal coligação pela independência ficou, contudo, aquém da maioria absoluta, alcançado 62 assentos parlamentares. Precisava de um mínimo de 68 deputados eleitos do total de 135 assentos do parlamento catação para governar sozinha, pelo que deverá tentar coligar-se com a Candidatura de Unidade Popular – o partido de esquerda antieuropeísta e pela secessão com Espanha, que elegeu dez deputados.
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De notar que, tal como aconteceu em Junho, quando o resto das comunidades espanholas foi às urnas eleger os seus governos regionais e autarquias, o Ciudadanos conseguiu uma vitória estrondosa, aparecendo na Catalunha em segundo lugar, com 25 deputados.
A estes seguem-se o Partido Socialista Catalão com 16 deputados, a lista Cat. Sí que es Pot (“Catalunha, Sim Podemos”, do movimento de esquerda Podemos com a ICV, o EUiA e o Equo) com 11 assentos no parlamento catalão e o Partido Popular com outros 11. O União, um dos mais antigos partidos da Catalunha que se candidatou sozinho pela primeira vez após pôr fim à coligação de décadas com o Convergência de Artur Mas, não elegeu qualquer deputado.
Nos próximos dias, deverá ficar alinhada a coligação do Convergência, da ERC e da CUP para formarem governo e avançarem com a prometida Declaração Unilateral de Independência – o primeiro passo do plano de Artur Mas para que a Catalunha seja independente de Espanha “dentro de 18 meses” a contar de hoje.
Tidas como termómetro ao desejo de independência, depois de o governo central PP de Mariano Rajoy ter bloqueado o referendo de Novembro – que passou a consulta popular não vinculativa, onde o “sim” ganhou com 62% dos votos e uma elevada abstenção – estas eleições serão seguidas pelas legislativas espanholas marcadas para Dezembro, altura em que o PP poderá ser derrotado pelo PSOE, que segundo as sondagens mais recentes poderá ter de se coligar com o Ciudadanos para governar. Não é certo se um novo governo de Espanha com novas cores e caras aceitará negociar o pacto fiscal de Madrid com as regiões, que está no cerne deste movimento pela independência da Catalunha.