O dia socialista começou com uma declaração de António Costa a pedir “decoro” ao primeiro-ministro quando este diz que o atraso na venda do Novo Banco rende juros aos cofres públicos.
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“É altura de dizer basta e que há limite para a falta de decoro”. António Costa argumentou que “o fracasso da venda é um fracasso que não pode ser disfarçado” e atirou à “ideia de que aquilo é afinal bom”: “O primeiro-ministro não pode esconder dos portugueses que o dinheiro que emprestou à banca para constituir o fundo de resolução é dinheiro que pediu emprestado para empresta e sobre o qual também está a pagar juros. Não é uma aplicação financeira rentável para o país”.
O candidato socialista nas legislativas falou à saída de uma visita à fábrica de conservas Maçarico, em Mira, para considerar que pior do que o impacto que o atraso na venda do Novo Banco nas contas do défice foi a posição de Passos sobre o assunto. “A credibilidade é fundamental na vida política”, “o primeiro-ministro não pode ter a ideia que pode estar permanentemente a enganar os portugueses”, acusou Costa para quem “transformar um fracasso numa tentativa de sucesso é desrespeitar is portugueses O primeiro-ministro tem de ter decoro na forma como e relaciona com os portugueses”.
E ainda questionou Passos sobre se a operação Novo Banco “vai ou não ter consequências na necessidade de aplicação de medidas extraordinárias e consequências em relação ao défice de 2015”. O socialista acredita que a hipótese de uma nova intervenção do Estado pode ser necessária no futuro, pelo que provocará nova pressão sobre as contas públicas que o próximo governo vai herdar. Já confrontado com a reacção da Comissão Europeia sobre a derrapagem no défice, dizendo que o impacto é pontual, Costa fintou a questão dizendo que "o que é essencial é a forma como o primeiro-ministro reagiu".
“Uma coisa já sabemos relativamente às contas que o governo apresentou em Bruxelas, essas ruíram como um castelo e cartas porque boa parte assentava numa redução significativa do serviços da dívida, metade do qual resultaria da alienação este ano do Novo Banco, com um encaixe a corresponder a cinco pontos percentuais dessa dívida”. A esta análise o candidato socialistas soma uma garantia, depois de confrontado pelos jornalistas, assumindo que o PS não terá necessidade de “rever nada” no programa eleitoral que, assegura, foi feito com “prudência”. Mas já não respondeu à pergunta sobre se a nacionalização do Novo Banco pode ser uma solução para resolver o impasse.