Jerónimo defende o fim das propinas

Jerónimo defende o fim das propinas


CDU elege Educação como tema na campanha em Coimbra e promete a supressão das propinas. Hoje a campanha parte para Santarém, com um almoço de reformados no Couço. 


Com perto de um milhar de apoiantes, que ocupava parte de três lanços das Escadas Monumentais de Coimbra, Jerónimo elegeu a educação e a cultura como tema do seu discurso. Desde logo para prometer “reservar, no imediato, de 1% do OE para a cultura” e até ao final da legislatura chegar a “1% do PIB”. Prometia ainda a defesa de um Ministério da Cultura, contando com o apoio entusiástico do cabeça de lista da CDU naquele distrito, Manuel Rocha, director do Conservatório de Música da cidade, professor de violino e membro do grupo de música Brigada Vítor Jara. O líder comunista defendeu o alargamento da rede pública do ensino artístico e prometeu erradicar a precariedade neste sector, designadamente criando “um IVA escolar para as crianças em idade de formação e a fixação da taxa mínima deste imposto nos bilhetes de espectáculo”.

Outros dos assuntos privilegiados pelo secretário-geral do PCP neste discurso de campanha em Coimbra foi a educação e, perante a presença na plateia do líder da Fenprof, Mário Nogueira, Jerónimo de Sousa prometeu a “revogação da municipalização da educação”, atacando o governo, e particularmente o ministro Nuno Crato, de ter “empurrado” a abertura do ano lectivo para uma semana mais tarde, na tentativa de evitar que se repetisse “a caótica situação do ano passado, em que, por grosseira incompetência técnica, milhares de professores não foram colocados atempadamente, lavando a que, quase no final do primeiro período, ainda houvesse alunos e turmas sem todos os professores”, disse. 

No balanço dos quatro anos de Nuno Crato à frente desta pasta Jerónimo de Sousa acusou o governo de ter efectuado “um corte de 3 mil milhões de euros na educação”, de ter promovido o “insucesso escolar” e o recuo “no combate ao abandono escolar”, “agravando as condições de trabalho” no pessoal não docente, “precariedade no docente” e “empobrecimento dos currículos escolares”. 

No plano do ensino superior entre outras medidas Jerónimo defendeu a “supressão do pagamento das propinas”.

As "paixões de Verão" de Costa

Mas, o líder do PCP não deixou de fora o remoque ao PS, lembrando declarações recentes de António Costa manifestando vontade de recuperar “a paixão pela educação” – uma expressão usada na governação de António Guterres –  para depois ironizar: “António Costa já tem idade para saber que as paixões de verão dão forte mas passam depressa”.

O líder comunista acusou os últimos dois governos do PS de terem “lançado, na esmagadora maioria, as medidas agora aprofundadas ou concretizadas”, designadamente as que “levaram ao encerramento de mais de 3100 escolas do 1º ciclo do ensino básico”, apontando também responsabilidades aos últimos dois governos socialistas por terem “criado um batalhão de 37 mil docentes precários” um exército que, segundo o líder do PCP, o actual governo fez aumentar com “mais 20 mil desempregados”.