Alguém sabe o que se passa? O que tem feito ultimamente? Existe uma estratégia? Tem uma Agenda ou vai agendando ações avulso? Não consigo compreender a falta de atenção que lhe damos. Já aqui escrevi sobre isso, sobre a inexistência de um compromisso político dos membros. Sem uma verdadeira estratégia para os diferentes setores, com entraves colossais à circulação de pessoas e sobretudo entraves aos negócios, às PME dos diferentes países. O que faz a clique partidário-diplomática que a gere desde a Rua de São Mamede? Independentemente das vontades ou “desvontades” da classe política dos Estados Membros e da falta de liderança reinante, as estruturas operacionais – como a que está na Lapa – tem capacidade para fazer mais.
Se não vejamos: na CPLP setores como a energia e as comunicações, já se organizaram. Criaram estruturas próprias (RELOP – http://www.relop.org e ARCTEL – http://www.arctel-cplp.org/). Definem agendas e trabalham em prol da comunidade apostadas em fortalecer os seus setores, capacita-los, inová-los e afirmar a sua presença no quadro internacional. E corre bem, basta olhar para os seus planos e relatórios de atividade para se perceber o investimento que têm feito na lusofonia.
Esta semana mais uma comunidade surgiu, de extrema importância e que vem complementar o trabalho que no setor das comunicações a ARCTEL tem vindo a fazer. De seu nome LusNIC (http://www.lusnic.org/) e de atribuições muito similares à sua congénere das comunicações. Junta as entidades competentes pela gestão, registo e manutenção de domínios de topo (ccTLD’s, country code Top Level Domains) dos países de língua oficial portuguesa. Estas entidades, também designadas de registries, representam: .pt, de Portugal o .br, do Brasil, o .cv, de Cabo Verde, o .gw, da Guiné-Bissau e o .st. de São Tomé e Príncipe.
Qualquer uma destas iniciativas organizativas deveriam ter tido a orientação política desejável e a sua génese de criação dentro da CPLP e não fora dela como assistimos. E porque foi fora e não dentro? É que para além da vontade Política, existem pessoas com visão e capacidade de meter estruturas a funcionar. Neste caso concreto, parabéns à Luisa Gueifão e à Marta Dias pela determinação na criação da LusNIC e deste contributo para que a CPLP – fora dela – se tenha tornado mais forte.
Escreve ao sábado