Na passada terça-feira, e em linha com a opção que um número crescente de instituições nacionais e internacionais adoptam para a concretização dos seus eventos e iniciativas, a cidade de Braga foi o palco escolhido pela Fundação Montepio para a realização da oitava edição da cerimónia final do projecto Frota Solidária.
Este projecto de responsabilidade social da fundação tem como principal objectivo dar resposta a questões de mobilidade e de inclusão, combatendo o isolamento e a desertificação em diversos pontos do país, através da entrega de viaturas para transporte de utentes a instituições particulares de solidariedade social.
Desde 2008, ano em que a iniciativa teve a sua primeira edição, a Fundação Montepio procede à conversão das verbas que lhe são consignadas em sede de IRS, procedendo à aquisição, transformação e adaptação de viaturas que oferece às IPSS de diversos pontos de Portugal.
Neste período foram já investidos nestas viaturas mais de 3,5 milhões de euros, traduzidos no apoio a 144 instituições – entre várias centenas de candidatas ainda não contempladas – que versam a actividade no apoio a crianças e jovens, pessoas idosas, pessoas com necessidades especiais e população carenciada.
Daí que algumas das viaturas já entregues tenham exigido um esforço de adaptação adicional, ora incluindo cadeiras de rodas, ora incorporando as cadeiras para transporte de crianças exigíveis por lei. Comum a todas, o design inerente ao projecto e a personalização da instituição beneficiária.
A título ilustrativo, as 20 viaturas entregues esta semana abarcaram, entre outras, instituições de solidariedade social do Machico (a Santa Casa da Misericórdia), da ilha Terceira (o Lar D. Pedro V), da Guarda (Associação Lar de Folgosinho), de Beja (Associação de Beneficência de Pedrógão do Alentejo) ou de Vila Real (Fundação Abrigo Berta Montalvão). Em Braga, a Oficina de São José foi a contemplada.
Para lá da satisfação por Braga poder ter sido anfitriã de mais este evento, foi particularmente reconfortante testemunhar o entusiasmo dos beneficiários à medida que recebiam a chave da sua viatura, percebendo o impacto que a iniciativa tem na capacitação destas instituições e o superior alcance que permite ao trabalho que de-senvolvem no terreno.
Enquanto autarca, muitas vezes tenho referido que um dos grandes pilares do equilíbrio da nossa sociedade é o trabalho de formiguinha dos profissionais e dirigentes da vasta rede de IPSS que cobre o nosso território e que permite mitigar as situações de maior carência e dar respostas concretas aos anseios e necessidades de diversas franjas da população.
Tudo o que possa ser feito para reforçar os meios ao dispor de tais instituições, para potenciar os resultados das suas valências e respostas e para propiciar um maior bem-estar aos seus utentes, deve ser concretizado quer por parte das entidades públicas, quer por parte da sociedade civil.
A iniciativa Frota Solidária é, pois, particularmente feliz, ao materializar um apoio que reúne o esforço colectivo dos cidadãos, da Fundação Montepio e dos seus parceiros numa iniciativa que corresponde a uma necessidade concreta, comum a tantas instituições.
Por acréscimo, é também de ressalvar o esforço da própria fundação para prestar contas, dando eco público da forma como são aplicados os recursos que lhe são confiados e permitindo o escrutínio dos critérios da sua política de responsabilidade social (que se estende também a outros projectos).
Um exemplo de boas práticas que deve ser replicado e que, apesar de ser já uma iniciativa recorrente da fundação, merecia seguramente outro eco público.
Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira