Allegro ma non troppo, rápido mas não muito, é assim que vai andando este Sporting nas primeiras partituras de 2015/16. As vitórias (três em quatro jornadas) são música para os ouvidos de Jorge Jesus, que na antevisão ao jogo com o Rio Ave tinha feito questão de recordar quem utilizava a expressão “nota artística”: ele próprio, claro. Pois bem, o leão vai cumprindo mas nota artística é coisa que ainda pouco se viu nos primeiros jogos da temporada. O Sporting venceu o Rio Ave por 2-1 em Vila do Conde, o suficiente para partilhar a liderança da Liga com o FC Porto.
O triunfo leonino explica-se de forma muito simples. Aconteceu sobretudo pela eficácia da equipa na primeira parte: dois remates, dois golos. O Sporting dominou a maior parte do tempo mas pouco conseguia arranhar o adversário. Um erro infantil de Wakaso (mão na área) originou o primeiro golo, com Adrien a marcar de forma exemplar a grande penalidade – o médio tinha falhado um castigo máximo em Coimbra, na jornada passada, mas voltou a ter a confiança do técnico para bater este tipo de lances. Mais tarde foi o guarda-redes Cássio que saiu em falso a um cruzamento e permitiu a Slimani fazer o 2-0 com um cabeceamento para a baliza deserta.
A sorte que faltava à equipa leonina noutros jogos sobejava em Vila do Conde. Se não havia dúvida que o Sporting era, ao intervalo, a melhor equipa no relvado, o resultado era bom demais para uma exibição pouco empolgante. Jesus tinha apostado em Aquilani no lugar de João Mário, enquanto Esgaio mantinha a titularidade no lado direito da defesa (relegando João Pereira para o banco). A entrada dos leões no jogo foi de rompante, como quase sempre tem acontecido esta época, mas o passar dos minutos mostrava uma equipa a cair de produção, também um hábito em 2015/16.
O Rio Ave tinha menos bola mas criava mais ocasiões de perigo. Pedro Martins decidiu lançar Kayembe de início na segunda parte e a partida tornou-se mais intensa. Os vila-condenses mostravam finalmente capacidade para discutir o resultado, com Pedro Moreira a dar o aviso aos 50 minutos com um cabeceamento perigoso. Slimani bem tentou remar contra a maré (oportunidades aos 54’ e 62’) mas o Rio Ave conseguiu reduzir por Yazalde, após uma boa assistência de Kayembe.
Segurar sem sofrer O jogo relançava-se para os últimos 20 minutos e o Sporting, que parecia ter a vitória na mão, arriscava sair de Vila do Conde apenas com um ponto. Jesus já tinha lançado João Mário e mais tarde tentou espicaçar a equipa com a entrada de Carlos Mané. Se Pedro Martins esperava que os últimos minutos fosse de sufoco para os leões, enganou-se. O Rio Ave subiu muito no terreno e expôs-se demasiado. A partir daí, o 3-1 pareceu sempre mais provável do que o 2-2; o Sporting teve vários lances de superioridade ou igualdade numérica junto da baliza de Cássio mas não aproveitou para matar o jogo, com João Mário e João Pereira (entrou para o lugar de Carrillo) a falharem oportunidades flagrantes.
Com o cansaço provocado pelos jogos das selecções (Carrillo, por exemplo, esteve abaixo do que tem feito, enquanto Ruiz não mostrou ritmo para aguentar os 90 minutos) e o próximo confronto marcado para quinta-feira, os leões conseguiram gerir o esforço e terminar a ronda com mais três pontos, o objectivo principal.
Com a terceira vitória fora em quatro jornadas, o Sporting soma 10 pontos, mantém-se colado ao FC Porto e à frente do Benfica. Segue-se o Lokomotiv em Alvalade (17 de Setembro), para a Liga Europa. No início da próxima semana (segunda-feira), os leões recebem o Nacional para a 5.a jornada, onde tentarão limpar a fraca imagem deixada no único jogo em casa para o campeonato – empate a um golo com o Paços.